A Letra Escarlate como Romance Histórico:
uma história de fragilidade humana e tristeza.
Literatura, Romance Histórico, Nova Inglaterra.
O objetivo deste trabalho é analisar a obra do escritor americano Nathaniel Hawthorne (1804 – 1864), A Letra Escarlate (1850), à luz das contribuições da Literatura e da História do povo americano no contexto da Nova Inglaterra – dos primeiros séculos de sua existência até o período em que viveu o seu autor. Nesse sentido, buscaremos evidenciar aspectos que justificam a inserção da obra como um romance histórico, especialmente a partir da leitura de O Romance Histórico (1936-37) de Georg Lukács. A diversidade das vozes sociais e os inter-relacionamentos que se depreenderam dos personagens principais do enredo do romance, assim como as suas construções contextuais, se constituíram como elementos importantes para a compreensão do romance como sendo de valor Histórico. Durante o nosso estudo, verificamos que é nos enredos dos romances que as personagens refletem, ao mesmo tempo, as condições específicas de suas singularidades, as tendências gerais do processo histórico e as condições sociais das quais eles surgem. Pudemos verificar também que é em suas singularidades que se concentram tendências próprias do ser humano. Para fundamentar este estudo buscamos referências em teóricos da literatura mundial como Howard (1964), Bakhtin (1998), Eagleton (2006), Todorov (2009), em historiadores como Zabel (1947), Sellers (1985) e Cunlife (1986), bem como nas repercussões da obra no Brasil, notadamente a partir de leituras realizadas por Candido (1993) e Schwarz (1981).