O USO DE JOKES PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DE INGLÊS NO ENSINO MÉDIO
Palavras-chave: aspectos culturais; jokes; implícitos e ambiguidade; ensino-aprendizagem de ILE; atividades.
RESUMO
Nossa pesquisa surgiu do interesse de alinhar a prática de sala de aula de Inglês como Língua Estrangeira (ILE) a discussões atuais no âmbito do processo de ensino-aprendizagem de Línguas Estrangeiras (LEs). Tendo em vista a necessidade de integrar o desenvolvimento linguístico ao desenvolvimento de noções atreladas à prática da cidadania, adotamos uma perspectiva cultural. Percebemos as jokes como um solo fértil para a discussão de aspectos culturais em sala de aula. Com base nesses fatores, nosso problema de pesquisa é como explorar os aspectos culturais desse gênero textual com vistas à elaboração de atividades em ILE numa turma com, em média, 30 (trinta) alunos em que o professor é o pesquisador. Portanto, nosso objetivo geral é explorar os aspectos culturais no uso de jokes em atividades de ensino-aprendizagem de ILE e nossos objetivos específicos são: (I) selecionar e analisar 05 (cinco) desses textos enfocando seus aspectos culturais, (II) identificar e descrever possíveis interpretações das jokes e, com base nesses dados, (III) elaborar atividades que privilegiam os referidos aspectos culturais. Esta investigação é descritiva e documental e apoia-se no paradigma qualitativo (CHIZZOTTI, 2010; FLICK, 2009; CHAROUX, 2006; BOGDAN; BIKLEN, 1994; 1992), em que o corpus, a partir de procedimentos indutivos, informou a teoria adotada. O corpus é constituído por jokes provenientes de sítios da Internet e por documentos oficiais (LDB, 1996; PCNEM, 1998; PCN+EM, 2000; OCEM, 2006), que sugerem direcionamentos aos professores de LE quanto à dimensão cultural. Para a elaboração das atividades, privilegiamos a abordagem por conteúdos (Content-based approach – CBI), em uma versão mais fraca, em que os conteúdos são aspectos culturais nas jokes e empreendemos uma reflexão mais geral sobre métodos, abordagens e perspectivas, em que se incluem noções sobre o pós-método e sobre o CBI, que falam ao ensino-aprendizagem de ILE. Temos por aporte teórico discussões sobre alguns métodos e abordagens de ensino-aprendizagem de LE (BELL, 2003; KUMARAVADIVELU, 2003; WESCHE; SKEHAN, 2002; PRABHU, 1990), a perspectiva cultural (KRAMSCH, 1998, 1996, 1991; BYRAM; FENG, 2004), alguns trabalhos em Linguística sobre piadas (CHIARO, 1992; POSSENTI, 1998, 2010); noções sobre implícitos (MAINGUENEAU, 1996, 2004; CHARAUDEAU; MAINGUENEAU, 2012) e sobre ambiguidade (KEMPSON, 1977; TRASK, 2011; CHARAUDEAU; MAINGUENEAU, 2012), tendo a adoção de tais categorias em emergido da análise de algumas jokes.