Plurilinguismo: da inserção curricular da intercompreensão à melhoria da aprendizagem em língua portuguesa
aprendizagem plurilíngue; (re) apropriação da cultura; construção de significados.
Este estudo consiste em descrever a metodologia e alguns resultados de pesquisa de doutoramento inserida em projeto de extensão universitária que resultou na inclusão experimental da disciplina de Intercompreensão de Línguas Românicas (ILR) na matriz curricular no município de Natal/RN/Brasil, tentando melhorar o elevado grau de analfabetismo funcional entre jovens de até 15 anos (IBGE, 2010). Os resultados foram verificados por meio de pesquisa-ação mista caracterizada por Nunan (1992) e Thiollent (1994) nas escolas Profª Terezinha Paulino de Lima (municipal) e Profª Ana Julia de Carvalho Mousinho (estadual) com 95 alunos dos anos finais do ensino fundamental que ascenderam ao primeiro ano do ensino médio. O corpus decorrente dessa investigação foi submetido a uma série de técnicas condensadas como o teste não paramétrico de Kruskal & Wallis (1952) em esforço para conferir um maior rigor à análise dos resultados apontados pelo caderno de atividades de ILR publicado por Gomes-Souza, R. & Martins, S. A. (2011) que possibilitou a investigação de competências de compreensão de línguas sob a perspectiva de autores como Ringbow (1987); Giacobb (1990); Alarcão (1991, 2009a e 2009b); Corder (1992); Castellotti (2001) e Degache (2005), além da transferência dessas competências para a aprendizagem do português como apontado por Meissner, F.; Meissner, C.; Klein, H.; Stegmann, T. (2004). Apresentamos algumas leituras que permitiram afirmarmos como a aprendizagem plurilíngue possibilitou a melhoria da compreensão da escrita da própria língua materna, por parte de um sujeito único e quanto colaborou para uma melhor percepção do mundo ao seu redor com todas as suas diferentes nuances, objetivo principal da pesquisa, de acordo com estudos como em Hall (1998, 2000, 2003); Doyé (2003); Carrasco Perea (2003); Melo & Araújo e Sá (2004) e Jean-Pierre Chavagne (2009). A identidade do sujeito também favoreceu à (re) apropriação da cultura e caminhos que os levou a construir significados e dar sentido ao espaço social.