TUTAMÉIA E A METALINGUAGEM ROSIANA: AS DIVERSAS FACES DE EVA, DE PENÉLOPE À FLAUSINA
metalinguagem, barroco, Tutaméia
A Teia que Flausina criou enlaçando Rosa e Penélope é um exercício de metalinguagem poética, pois falar de Rosa e de Ivan são sinônimos de Paixão. O presente trabalho de dissertação tenta desvendar sob diversos prismas as armadilhas que existem no conto Esses Lopes de J.G. Rosa em Tutaméia (ROSA, 1967) e o poema Penélope de Francisco Ivan em Ensaio Poético (SILVA, 1997). Ambos buscam e lutam para se desvencilhar do estigma do feminismo puro e feio delineando uma mulher que não reconhece nenhuma nomenclatura e tem na vagina fim e começo de tudo. O duplo destronante que busca no outro o que falta em si e que ao encontrar continua buscando sempre para poder viver em estado de poesia. A luta constante entre o sacro e profano e os dois ao mesmo tempo nos faz um Ser completo que junta o isso e o aquilo num outro ser resultado de ambos seja literal ou literário. A poesia-prosa de Rosa e Ivan é a resposta ou o questionamento desse meio termo. Olhar a luta ou batalha desses poetas através das donzelas criadas demonstra que falar do outro é sempre falar de si mesmo através do olhar da amada. O interlocutor cria o cenário perfeito para que exista o ser tão amado e idolatrado que se desmancha no ar. Rosa e a Rosa são ícones dessa busca constante da poesia. Vou terminar agora... o outro sempre estar por vir... Busca constante de me fazer em outros luta constante pela poesia que ajuda e vivifica. Ver o outro no outro sempre busca o ser tão barroco. O desejo constante e a espera sempre foram e são uma constante na poesia de ambos os amantes dos livros e das mulheres. O ser que encaixa o outro e o transforma num terceiro. Diadorim-Reinaldo e Riobaldo; Flausina-Lopes e Penélope-Ulisses e Molly-Leopold Bloom.