Coerção e Ruptura estilísticas na poesia potiguar: a construção do ethos inventivo do poeta Jorge Fernandes
Poesia norte-rio-grandense. Jorge Fernandes. Estilo. Ethos. Inventividade.
No cenário poético norte-rio-grandense, a publicação do Livro de Poemas de Jorge Fernandes, em 1927, assinala, no imaginário da comunidade potiguar leitora, produtora e crítica de poesia, o início da circulação social de um ethos inventivo vinculado ao poeta Jorge Fernandes de Oliveira (1887-1953). Tomando como referência o evento aludido, a pesquisa investiga a construção desse ethos a partir do contraponto entre as escolhas estilísticas individuais do poeta e as escolhas estilísticas dominantes na produção lírica local dos anos 20 do século XX. O corpus constitui-se de textos poéticos (tanto do poeta em foco quanto de outros poetas tidos, à época, como ícones da poesia norte-rio-grandense) e de textos representativos da crítica literária local (tanto produzidos nos anos 20 quanto em outras décadas do século passado). A sustentação da análise ancora-se na teoria enunciativa de Mikhail Bakhtin (sobretudo no que se refere a estilo) e na teoria enunciativa de Dominique Maingueneau (sobretudo no que se refere a ethos). Nesse percurso investigativo, a pesquisa delineia um inventário das escolhas estilísticas individuais dominantes de Jorge Fernandes de Oliveira e os motivos de essas escolhas sinalizarem o ethos inventivo associado ao poeta.