O discurso de outrem em retextualização
Gênero discursivo. Obra literária. Responsabilidade enunciativa. Retextualização.
Este trabalho investiga recursos que locutores utilizam para introduzir diferentes vozes com que estruturam o discurso em retextualizações de uma obra literária. Nele, são apresentadas ocorrências que revelam diferentes recursos usados, configurando a heterogeneidade discursiva, reconhecíveis através de diversas marcas como as aspas, o itálico etc. O material de análise, ou seja, o corpus desta pesquisa, é composto por 65 redações elaboradas em sala de aula, a partir da leitura de uma obra literária – Ciumento de carteirinha, de Moacyr Scliar – produzidas por alunos do 8º ano do ensino médio, constituindo-se, assim, como uma atividade de retextualização. Os dados revelaram que o recurso mais usado pelos alunos foi o discurso indireto, havendo, ainda, o uso de outros recursos como o discurso indireto livre e as modalizações, em número menor de redações. É necessário destacar que a conotação autonímica se revelou através do uso de aspas, além do uso de parênteses. Portanto, esse uso parece justificar-se devido à necessidade de esclarecer fragmentos que poderiam suscitar dúvidas ao leitor, visto que o protocolo de solicitação da retextualização estabelecia um texto com trinta linhas, o que certamente limitaria as possibilidades de expansão do texto.