LETRAMENTOS PROFISSIONAIS EM AMBIENTES DIGITAIS POR PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Letramento Profissional; Ambientes Digitais; Professores; Atendimento Educacional Especializado; Educação Inclusiva.
A pesquisa proposta objetiva analisar as práticas de letramentos profissionais no domínio digital cotidiano de professores que atuam no atendimento educacional especializado (AEE), destinado a alunos com necessidades educacionais específicas. Metodologicamente, insere-se na área da Linguística Aplicada (Kleiman, 2002), é do tipo pesquisa de campo (Gil, 2002), segue as orientações das investigações de abordagem de dados de natureza qualitativa-interpretativista (Bodgan; Biklen, 1994; Moita Lopes, 1994), com inspiração etnográfica. O Lócus da pesquisa é a instituição de ensino Centro Estadual de Educação Especial, localizada na cidade do Natal/RN. Os participantes são os professores atuantes nas áreas de Letras/Português, Pedagogia, Artes e Educação Física. Os instrumentais utilizados na geração de dados consistem em entrevistas semiestruturadas (Moreira; Caleffe, 2006), questionário (Moreira; Caleffe, 2006), roda de conversa (Moura; Lima, 2014), fotografias, observações e notas de campo (Bodgan; Biklen, 1994). Vale ressaltar que os eventos de geração de dados ocorreram no formato semipresencial, mediante o uso da plataforma Google Meet e do aplicativo WhatsApp. Esta escolha se justifica tendo em vista a manutenção da segurança dos participantes, de modo a prevenir a contaminação ocasionada pelo vírus da Covid-19. O Corpus da pesquisa contempla as respostas concedidas às entrevistas semiestruturadas, o questionário, à roda de conversa, às observações, notas de campo e fotografias. Teoricamente, fundamenta-se nos aportes dos Estudos de letramento compreendidos como prática social (Kleiman, 1995; 2005; Rojo, 2009), em sua perspectiva crítica (Freire, 1996; 1997; Kleiman; Santos-Marques, 2020), em trabalhos voltados ao letramento laboral (Paz, 2008; Costa, 2019), incluindo o letramento profissional do professor (Kleiman, 2005; 2008). Além disso, tomaremos por base a abordagem dos gêneros textuais/discursivos como artefato de trabalho do professor (Devitt, 2004; Bezerra, 2022; Marcuschi, 2008), o letramento digital no trabalho docente (Coscarelli, 2019; Buzato, 2006; Ribeiro, 2014; Rojo, 2020), assim como a inter-relação entre educação inclusiva, educação especial e AEE (Mec/Seesp, 2008; Brasil, 2015; Inep, 2020) e na atuação docente em sala de aula regular e no AEE (Modica et al, 2020; Mec/Seesp, 2008). Os resultados da pesquisa apontam que as principais práticas desempenhadas no domínio das atividades de trabalho dos participantes referem-se tanto à realização de tarefas de natureza técnica (relatório, manuseio da plataforma SIGEDUC etc.), quanto as de cunho pedagógico (planejamento, atividades, jogos educativos, dentre outras.). As dificuldades experenciadas no âmbito profissional e digital pelos docentes evidenciam a carência de ferramentas tecnológicas, falta de uma rede estável de internet, inexistência de cursos técnicos para manuseio das plataformas digitais. As estratégias aplicadas pelos docentes a fim de atenuarem essas dificuldades evidenciam a utilização de ferramenta digitais próprias (computador, tablet, smartfones), plano de internet móvel particular, aprendem intuitivamente e/ou recorrem a pessoas mais experientes para entender e saber fazer uso das ferramentas tecnológicas digitais.