“A BRUXA DA PALAVRA” E “A SANTA QUE LEVANTOU A SAIA”: O EROTISMO COMO RESISTÊNCIA EM POEMAS DE MARIA TERESA HORTA E HILDA HILST
Maria Teresa Horta, Hilda Hilst, erotismo, resistência, poesia.
As poesias de Maria Teresa Horta e Hilda Hilst tocam-se em vários aspectos, entre os quais o erotismo, consubstanciado por escolhas que remetem a um corpo feminino sujeito de seus desejos. Nelas, a palavra é instrumento dessa insurreição, que pode ser lida como manifestação de uma luta pelo direito a não permanecer em uma condição objetificada, submetida ao masculino. Assim, esta dissertação tem como objetivo analisar o erotismo como elemento de resistência, por meio de uma leitura cruzadas de uma seleção de poemas da obra completa “Da poesia”(2017), sobretudo, do livro “Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão”, de Hilda Hilst; e outros, das antologias “Palavras do corpo”(2012), “Eu sou a minha poesia” (2019) e “Paixão” (2021), de Maria Teresa Horta. Ademais, verificar como tais obras veiculam questões sobre o corpo feminino, a transgressão, a subversão, o erotismo, a resistência e, principalmente, os discursos eróticos que entram em conflito com o poder falocêntrico ou conformam com outras abordagens relativas à heteronormatividade e seus dispositivos. Para isso, o recorte teórico é o da crítica feminista, tendo como suporte os conceitos de escrita feminina na perspectiva de Cixous (2022); de corpo, segundo Grosz (2015), Le Breton (2007), Rich (2002), Macedo (2020), Amaral (2022); de erotismo, a partir de Bataille (2021), Branco (2004), Lorde (2021), Borges (2013); e de resistência, a partir de Bosi (2002) e Macedo (2020).