A CONSTRUÇÃO DO SENTIDO DE FELICIDADE NO LIVRO A ARTE DA FELICIDADE DO DALAI LAMA À LUZ DA LINGUÍSTICA COGNITIVA
Linguística Cognitiva Corporificada, Metáfora, Frames, Emoção, Felicidade.
O objetivo central desta dissertação é analisar o processo cognitivo-discursivo envolvido na construção do sentido da FELICIDADE e investigar a dimensão moral que permeia os diferentes usos desse conceito no livro "A arte da felicidade" (The art of happiness) de Dalai Lama e Howard C. Cutler. Verificamos como o sentido de FELICIDADE emerge à medida que os autores desenvolvem as temáticas em cada parte do livro, por meio das narrativas produzidas sobre como alcançar a felicidade. Para obter êxito em nosso objetivo de estudo, tomamos como aportes teóricos centrais os conceitos de metáfora conceptual (LAKOFF; JOHNSON, 1980), frame (DUQUE, 2015, 2017) e frames online/offline (VEREZA, 2013a). Essas categorias analíticas estão inseridas no conjunto teórico-metodológico da Linguística Cognitiva Corporificada, que está em consonância com a perspectiva fenomenológica de Merleau-Ponty, a qual aborda nossa vivência imediata e corpórea do mundo. Voltada para a compreensão de como as construções linguísticas moldam sistemas de valores, a pesquisa é de natureza qualitativa e interpretativa. para os procedimentos metodológicos, utilizamos as seguintes ferramentas a fim de analisar os dados: identificação de metáforas – bootstrapping (DUQUE, 2018), metodologia de análise baseada em frames (DUQUE, 2015,2017) e análise de conteúdo (BARDIN, 1977). Com o propósito de visualizar os frames evocados pelos itens lexicais da superfície textual usamos software de processamento de texto para criar gráficos de nuvem, similitude e de Análise Fatorial de Correspondência (AFC). A análise dos resultados nos permite compreender de forma mais precisa que a FELICIDADE é construída com base no quadro conceitual de META, que abrange os elementos de ORIGEM-CAMINHO-META. Além disso, a metodologia utilizada evidenciou que a moral subjacente aos usos do conceito de FELICIDADE no discurso é representada pela metáfora MORALIDADE É FORÇA.