1. Autoportrait de Paris avec Chat de Dany Laferrière: literatura em imagens.
Autoportrait de Paris avec Chat by Dany Laferrière: literature in images.
Dany Laferrière, Literatura Quebequense Haitiana, Roman Déssiné, Realismo Maravilhoso..
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O presente estudo tem como objetivo analisar o Roman Déssiné na obra Autoportrait de Paris avec Chat (2018) de Dany Laferrière, tendo em vista as imagens presentes na narrativa em questão. Essa produção ficcional, publicada em 2018, é o primeiro ‘espécime’ do novo gênero, criado pelo autor Imortal da Academia Francesa de Letras. Num primeiro olhar, o público-leitor pode confundir o livro com um caderno de desenho infantil. Contudo, a narrativa é bem mais que isso. Nela nos deparamos com três personagens principais: um escritor famoso que está prestes a receber a condecoração de imortalidade por seus livros, a cidade Paris, e o Gato, de perfil burlesco ao estilo dândi, que conhece cada recanto cultural da capital francesa mais visitada do mundo. Assim, somos imersos num museu de imagens e de palavras, em que surge uma Paris pessoal, povoada pelos artistas mais célebres dos diversos campos estéticos e das variadas épocas. O Roman Déssiné de Dany Laferrière nos faz recordar diversas obras vanguardistas, seja na imagem seja na escrita. Tendo em vista essas características da obra, trabalhamos a hipótese de que o Roman Déssiné é o resultado de diálogos entre literatura e imagem, os quais aconteceram tanto no decorrer da Modernidade do século XX, quanto no circuito interno do conjunto das obras de Dany Laferrière. Acreditamos que o autor resguarda uma tradição estética e, ao mesmo tempo, inovando-as, na medida em que explora os níveis de picturalidade (LOUVEL, 2016a; LOUVEL, 2016b) em suas obras. Para nós, Autoportrait de Paris avec Chat pode ser considerado um marco estético em que vemos surgir, pela primeira vez, um concretismo imagético no romance. Nossos resultados preliminares confirmam que por meio de desenhos parodísticos e de caricaturas, o autor haitiano-quebequense ilustrou as referências que surgem constantemente em outras de suas produções, apresentando, desta vez, de próprio punho os pintores e as obras que marcaram, de alguma forma, o seu percurso.