Representação da opressão de gênero e da resistência: uma análise dialógica da protagonista do romance infantojuvenil Angélica
Literatura infantojuvenil. Dialogismo. Zooliteratura. Angélica.
Os estudos analíticos realizados a partir da literatura infantojuvenil têm se mostrado uma grande contribuição para a área, bem como sido palco de muitas discussões em pesquisas no espaço acadêmico. Nesse sentido, esse estudo acrescenta ao acervo já existente dos estudos literários, uma discussão que busca compreender em que medida os discursos de opressão de gênero e de resistência constituem a formação ideológica da protagonista do romance Angélica (1975/2019), de Lygia Bojunga Nunes. Ademais, com base nesse diálogo, pretende discutir como se dá a construção da formação ideológica de personagens sob a perspectiva da teoria de Bakhtin a partir dos discursos de opressão de gênero e resistência introduzidos na narrativa. O campo da zooliteratura, conceituado por Maciel (2007; 2008; 2011; 2016a; 2016b), entre outros autores, coopera com a teoria do dialogismo do Círculo bakhtiniano (Bakhtin, Volóchinov e Medviédev) para a análise do corpus da pesquisa. Quanto à metodologia utilizada, trata-se de uma pesquisa bibliográfica norteada pela noção do Círculo de que a verdadeira análise literária parte do próprio texto. Os resultados parciais deste estudo dialógico apontam para o reconhecimento e a análise dos posicionamentos axiológicos sobre os discursos de gênero e resistência da mulher, representada pela personagem Angélica.