Programa de Qualidade de Vida no Trabalho da UFRN: Uma avaliação SUBJETIVA centrada na percepção dos trabalhadores.
Programa de Qualidade de Vida no Trabalho. Percepção do trabalhador. Saúde do trabalhador. Doenças ocupacionais. Ergonomia da atividade.
As mudanças ocorridas no mundo do trabalho, que perpassam pela reestruturação produtiva, acarretam no aumento do ritmo de produção e da competitividade, na adoção, pelos trabalhadores, de um estilo de vida mais sedentário, que conjuntamente com outros motivos, traduzem-se no crescimento do número de trabalhadores acometidos por doenças, em todo o mundo. Dentre as doenças mais frequentes estão os transtornos mentais e de comportamento, doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo, além de lombalgias, que podem ter como consequências os afastamentos do trabalho e até aposentadorias precoces. Essa constatação vem se tornando uma das principais razões do crescente interesse, por parte das organizações, em relação à saúde dos trabalhadores. Uma das implicações desse interesse é a expressiva ampliação no investimento em Programas de Qualidade de Vida no Trabalho, visto que as enfermidades estão, geralmente, relacionadas ao ambiente laboral. Foi em consonância com essas informações que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte implantou o seu Programa de Qualidade de Vida no Trabalho, intitulado Viver em Harmonia, foco central desse estudo que pretende verificar a percepção dos trabalhadores quanto às atividades oferecidas no programa, tomando-se como base as experiências e vivências individuais dos trabalhadores com o programa. Trata-se de um estudo descritivo, de natureza qualitativa pautado na abordagem da ergonomia da atividade aplicada à qualidade de vida no trabalho. Com o propósito de fomentar as informações acerca do tema, foi realizada análise documental sobre a instituição em pauta, o programa desenvolvido nesta, além de terem sido efetuadas entrevistas semi-estruturadas com coordenadores e participantes das atividades desenvolvidas no programa. Os dados encontrados foram tratados por análise de conteúdo categorial à luz da literatura da ergonomia e da ergonomia da atividade aplicada à qualidade de vida no trabalho. No geral, o programa mostrou-se satisfatório, mas com algumas ressalvas principalmente quanto à sua baixa adesão e divulgação, e ausência de atividades referentes às situações de trabalho. Almejando solucionar essas problemáticas e contribuir para o melhor desenvolvimento do programa, foram colhidas sugestões dos principais atores das ações do PQVT, ou seja, os trabalhadores da instituição. Caso sejam implementadas, essas sugestões poderão contribuir para a melhoria do Programa Viver em Harmonia e, consequentemente, poderão colaborar para a melhoria da qualidade de vida no trabalho, que é a finalidade máxima do programa. Conclui-se, com esse estudo, que existem vários desafios a serem superados e estratégias a serem repensadas pelos dirigentes e gestores responsáveis pelo planejamento e execução das ações de QVT na UFRN.