Banca de QUALIFICAÇÃO: ANA FLÁVIA MATOS FREIRE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANA FLÁVIA MATOS FREIRE
DATA : 13/11/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Google Meet
TÍTULO:

Abordagem funcional-construcionista de shoulda, coulda e woulda: TAM no ingles americano contemporaneo

PALAVRAS-CHAVES:

Auxiliaridade; tempo, aspecto e modalidade; shoulda, coulda e woulda; Linguística Funcional Centrada no Uso; inglês americano contemporâneo.

PÁGINAS: 148
RESUMO:

Focalizamos, nesta tese, usos de shoulda, coulda e woulda, que compreendemos como provenientes das formas should have, could have e would have, respectivamente, no inglês americano contemporâneo. Objetivamos analisar tais usos em termos de suas propriedades funcionais e formais e caracterizar a rede construcional da qual fazem parte. A orientação deste trabalho é funcional-construcionista, o que significa dizer que nos apoiamos na Linguística Funcional Centrada no Uso, LFCU, com base nos trabalhos de Furtado da Cunha, Bispo e Silva (2013) e Furtado da Cunha e Bispo (2013) dentre outros. Desse modo, partimos de uma perspectiva de gramática baseada no uso (Bybee, 2010) e de contribuições da Gramática de Construções na linha de Goldberg (1995), Croft (2001) e Traugott e Trousdale (2013). Para a fundamentação sobre auxiliaridade, baseamo-nos, principalmente, em Heine (1993), Bybee (1995), Hopper e Traugott (2003), Bybee (2010) e Brinton e Brinton (2010); para a categoria aspecto, recorremos a Croft (2012); e, quanto à modalidade, fundamentamo-nos em Lyons (1977). O banco de dados da pesquisa é o Corpus of Contemporary American English, COCA, que é composto por oito agrupamentos de textos (orais, de ficção, de revistas, de jornais, acadêmicos, de webpages, de blogs e de TV/filmes), escritos ou transcritos no período de 1990 a 2019. Utilizamos o programa WordSmith Tools 7.0 para o processamento do corpus, identificação das ocorrências de shoulda, coulda e woulda e aferição das frequências token e type e averiguação dos contextos de ocorrência. Analisamos, então, seus aspectos semântico-cognitivos, interacionais, fonológicos e morfossintáticos, suas propriedades de composicionalidade, esquematicidade e produtividade e a rede construcional da qual as formas em tela fazem parte. Os resultados preliminares mostram que shoulda, coulda e woulda são mobilizados para expressão das categorias de tempo, aspecto e modo, o que os aproxima de auxiliares prototípicos. Constatamos, também, que seus usos se ligam primeiramente à informalidade e, em seguida, à modalidade oral, razão pela qual argumentamos que contextos informais falados são favorecedores desses usos. Quanto às suas propriedades formais, particularmente fonológicas, shoulda, coulda e woulda têm duas sílabas, um padrão de acento germânico e quatro fonemas, com a estrutura CVCƏ. Concernente a seus aspectos morfossintáticos, constatamos que esses auxiliares podem ocorrer seguidos de um VP formalmente expresso ou não, ocorrer sem sujeito explícito e admitir o uso de advérbios entre eles e os VPs. Seus usos instanciam o padrão esquemático que pode ser representado por [VAUX VP]TAM, que caracterizamos como parcialmente composicional, relativamente esquemático e relativamente produtivo. Esse esquema licencia, por conseguinte, três subesquemas, [shoulda VP]TAM, [coulda VP]TAM e [woulda VP]TAM, que capturam particularidades funcionais concernentes aos valores deônticos, epistêmicos e volitivos dentro da marcação TAM, e podem ser considerados parcialmente composicionais, parcialmente esquemáticos e parcialmente produtivos. Por fim, esses três subesquemas sancionam nove types microconstrucionais, os quais são definidos conforme o modo de codificação do VP: particípio, passado e infinitivo. Os achados de nossa análise, portanto, apontam para shoulda, coulda e woulda como verbos auxiliares TAM em ascensão no inglês para expressar situações hipotéticas no passado.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1551756 - EDVALDO BALDUINO BISPO
Externa à Instituição - MARIA MAURA DA CONCEIÇÃO CEZARIO - UFRJ
Externo à Instituição - MONCLAR GUIMARÃES LOPES - UFF