Anfotericina b pré-aquecida: um novo sistema de uso terapêutico para fungemia
anfotericina B, liofilização, toxicidade, atividade
O aquecimento moderado de soluções micelares de Anfotericina B (AmB) gera um rearranjo estrutural que apresenta uma diminuição substancial na sua toxicidade sem comprometer sua atividade. O objetivo deste trabalho consistiu em avaliar aspectos físico-químicos e farmacotoxicológicos das soluções micelares de Anfotericina B não-aquecida (AmB-M) e aquecida (AmB-A) antes e após o processo de congelamento e posterior liofilização. Para isso foram feitas avaliações antes e depois do processo de congelamento e secagem. As amostras foram analisadas nas seguintes concentrações: 50 mg.L-1, 5 mg.L-1, 0,5 mg.L-1 e 0,05 mg.L-1. O teste de liberação de potássio e hemoglobina de eritrócitos foi realizado para avaliar a toxicidade aguda e crônica, respectivamente. A eficácia das soluções foi analisada por meio da liberação de potássio e do teste da concentração inibitória mínima em cepas de Candida albicans. Após o aquecimento, foi observado uma turvação que é característica desse processo, indicando que houve mudança no tamanho das estruturas do sistema. Adicionalmente, a AmB-A apresentou um deslocamento no comprimento máximo de absorção de 327 nm para 323 nm. Essas características mantiveram-se presentes após processo de liofilização, evidenciando a estabilidade físico-química dessa nova forma estrutural micelar. Com relação à toxicidade, a AmB-M produziu significativamente mais liberação de hemoglobina que a forma aquecida. Estes resultados foram observados independentes do tipo de amostra (antes e depois do processo de liofilização). Porém, não houve diferença entre AmB-M e AmB-A quanto à atividade antifúngica. Assim, foi demonstrado que o processo de liofilização não mudou o comportamento da forma aquecida da AmB demonstrando sua viabilidade para ser liofilizada e futuramente produzida em escala industrial.