CONTROLE POSTURAL EM PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL PRATICANTES DE JUDÔ
controle postural, cegos, atividade física, judô
A visão é considerada um dos mais importantes meios de captação de informações ambiente, sendo um dos canais sensoriais mais atuante no controle postural e auxiliando nas atividades físicas e cotidianas, levando-se em consideração que em função da falta de visão o cego é levado a utilizar o sistema somatosensório e vestibular para obtenção do controle postural. Comparar o controle postural de cegos praticantes do judô com cegos não praticantes. A pesquisa teve um desenvolvimento metodológico descritivo, comparativo com caráter transversal, com seleção de 20 indivíduos, sendo distribuídos em dois grupos, Grupo1 = Cegos Praticantes de judô (n=10) e Grupo 2 = Cegos sedentários (n=10). Utilizou-se a plataforma de força CEFISE de oito canais que nos permite a análise cinética do controle postural, através de oscilações anteroposteriores e médio-laterais. Utilizamos duas posições a bipodal (com os pés paralelos e com afastamento lateral) e a semi-tandem (com o primeiro hálux de um pé próximo ao calcanhar do outro pé), como ainda, foi utilizada durante as coletas vendas em todos os participantes por alguns deles serem sensíveis à luz, isto com objetivo de oferecer igualdade de condições para todos. Cada participante foi submetido a dois blocos de três tentativas, sendo três para a posição bipodal e três para a posição semi-tandem, totalizando seis tentativas para cada indivíduo. A análise estatística foi à descritiva, na observação do comportamento das variáveis dentro de uma curva normal gaussiana, utilizou-se o teste de Shapiro Wilk. As possíveis diferenças entre as médias das variáveis foram verificadas com o Test Mann-Whitney U por serem não paramétricas, sendo o nível de significância de p<0,05. Todos os participantes eram integrantes do Instituto dos Cegos da Cidade de Campina Grande – PB, e todas as coletas foram realizadas no LAFIB (Laboratório de Avaliação Física e Biomecânica) da Universidade Estadual da Paraíba. Foi possível observar que não houve diferença significativa para a posição semi-tandem, posição de maior exigência na condição de equilíbrio. Já para a posição bipodal ocorreu diferença significativa para AMO (Amplitude Média de Oscilação) no sentido antero-posterior com p<0,045 e AMO no sentido médio-lateral com p<0,019, o mesmo ocorrendo com a Área que corresponde à dispersão da oscilação considerando as direções ML e AP conjuntamente, onde p<0,016. Comclui-se, que é possível considerar que para os cegos a exigência cotidiana já os coloca em condições extremas, sendo os mesmos mais preparados para as adversidades motoras, enquanto numa posição mais cômoda para o controle postural foi possível perceber diferenças entre os grupos. A prática esportiva do Judô, associada a outras atividades poderá ser capaz de levar o cego a se adaptar melhor a condições de controle postural, através de situações motoras semelhantes ao utilizada na sua prática, ou seja, a base bipodal.