Sobrepeso e obesidade em adolescentes: Uma análise considerando Redes Sociais
obesidade; sobrepeso; análise de redes sociais; adolescentes
A obesidade é um dos problemas de saúde que mais cresce em todo o mundo durante a adolescência, sendo uma doença de difícil controle, com etiologia multifatorial. Compreender os determinantes sociais e as condições ambientais que levam ao sobrepeso e à obesidade na adolescência é fundamental para o desenvolvimento de estratégias para seu controle e tratamento. Objetivo: Avaliar os fatores associados ao sobrepeso e obesidade em adolescentes, considerando a Análise de Redes Sociais. Métodos: Esta tese foi desenvolvida por meio de dois estudos: 1) um estudo transversal com adolescentes em uma escola rural do Rio Grande do Norte - RN; 2) uma revisão sistemática para avaliar a influência das redes sociais nos hábitos de consumo alimentar e práticas de atividade física e sua relação com o sobrepeso e a obesidade em adolescentes de 12 a 19 anos. Para o estudo transversal participaram n = 90 estudantes de uma escola rural de Ielmo Marinho, que responderam questionários sobre características sociodemográficas, consumo alimentar, atividade física e redes sociais. As redes sociais foram construídas a partir dos laços de proximidade social dos estudantes. Análise de Componente Principal foi realizada para determinar padrões alimentares e modelos logísticos para investigar variáveis associadas ao sobrepeso/obesidade. A revisão sistemática foi registrada no PROSPERO e seguiu as diretrizes do PRISMA. Foram realizadas Buscas nas bases PubMed, Scopus, EMBASE, PsycINFO e Web of science para publicações no período de 2009 a 2022. Para avaliar a qualidade metdologica dos estudos encontrados, foi utilizada a escala de Newcastle-Ottawa. Resultados: Os resultados do estudo transversal mostraram que a maioria dos participantes eram meninas (62,9%) e a proporção de sobrepeso/obesidade foi de 30% entre os adolescentes. Os alunos citaram 2.070 pessoas de suas redes (família, amigos da escola, amigos fora da escola e outros). Dentre eles, a família tinha o maior grau de influência (61%) na rede e compartilhavam mais as refeições com os adolescentes (47%). A percepção dos adolescentes sobre o tamanho corporal de seus familiares com obesidade, em comparação com peso normal ou baixo peso, foi prevalente (51%). Adolescentes com padrões alimentares não saudáveis tiveram 72% mais chances de serem classificados com sobrepeso/obesidade, e a centralidade do autovetor também foi associada ao sobrepeso/obesidade. Para a revisão sistemática, após triagem foram identificados 7 estudos, realizados em países da Europa, América do Norte, República Chinesa e continente Oceânico. A idade dos participantes variou de 12 a 18 anos, sendo o sexo feminino o mais prevalente. Dos estudos encontrados, 3 foram transversais, 3 longitudinais e 1 de coorte. Três estudos encontraram evidências de que o peso dos adolescentes era influenciado pelos seus laços de amizade e os amigos da escola podem influenciar o seu IMC e a atividade física. Evidenciou também nesses 3 estudos, que nas redes de amizade de adolescentes de ambos os sexos os comportamentos relacionados à obesidade são semelhantes em algumas atividades de lazer e hábitos alimentares. Conclusão: Esse estudo, mostrou a necessidade de entender as diversas redes sociais compartilhadas pelos adolescentes, pois estas associam-se aos seus comportamentos e hábitos, especialmente as mais próximas como a da família e dos amigos. Há também a necessidade de maior aprofundamento para compreender as influências que a estrutura e função das redes sociais apresentam nos comportamentos de saúde entre adolescentes que participam de diferentes tipos de redes (família, amigos da escola, amigos fora da escola, entre outros)