COMPARAÇÕES DE ESPÉCIES DO COMPLEXO CRYPTOCOCCUS GATTII/NEOFORMANS COM GÊNEROS RELACIONADOS (PAPILIOTREMA E NAGANISHIA) REVELA VARIAÇÕES NOS FATORES ASSOCIADOS À VIRULÊNCIA E SUSCEPTIBILIDADE ANTIFÚNGICA.
Cryptococcus spp., Papiliotrema laurentii, Naganishia spp., fatores de virulência/susceptibilidade antifúngica.
A criptococose é uma doença infecciosa de distribuição mundial, causada por leveduras encapsuladas pertencentes ao filo Basidiomycota. O gênero Cryptococcus inclui várias espécies distribuídas ao redor do mundo. O complexo de espécies C. gattii /neoformans é amplamente responsável pela maioria dos casos de criptococose. No entanto, foram publicadas séries clínicas de infecções causadas por Papiliotrema (Cryptococcus) laurentii e Naganishia albida (Cryptococcus albidus), entre outros gêneros relacionados. Neste trabalho, avaliou-se o potencial patogênico e a suscetibilidade antifúngica de Cryptococcus spp. e gêneros relacionados isolados de amostras ambientais e clínicas. As cepas de P. laurentii e Naganishia spp. produziram níveis mais elevados de fosfolipase e hemolisinas, enquanto que o complexo de espécies C. gattii/C. neoformans apresentou cápsulas destacadamente mais espessas, produziram mais biomassa de biofilme e melanina, atributos de virulência amplemente conhecidos. Interessantemente, mais cepas de do complexo de espécies não-C. gattii/neoformans exibiram fenótipos não selvagens em resposta ao fluconazol, itraconazol e anfotericina B. Finalmente, todos os isolados clínicos de não-C. gattii/neoformans produziram mais melanina e este fator pode estar relacionado com a necessidade particularmente aumentada de produção de melanina durante a proteção in vivo. É muito claro que as cepas dos clados I e II, em geral, apresentam fenótipos de virulência mais semelhantes entre si quando comparadas aos isolados dos clados III a V e vice-versa. Esses achados, juntamente com o fato de que cepas de P. laurentii e Naganishia spp. foram coletadas dos arredores de um Hospital Universitário, podem ser importantes para a colonização do ambiente hospitalar e de pacientes, tornando-se um risco adicional de infecções fúngicas.