EFICÁCIA DA ULTRASSONOGRAFIA NA DECISÃO DO TRATAMENTO CIRURGICO NAS CATEGORIAS III, IV E V DE BETHESDA DOS NÓDULOS TIREOIDIANOS
Câncer de tireoide, biópsia por agulha, citologia, ultrassonografia
Objetivo: Analisar os índices de malignidade de nódulos tireoidianos classificados na punção aspirativa com agulha fina (PAAF) como categorias III, IV e V de Bethesda e avaliar a importância da associação com parâmetros ultrassonográficos para decisão quanto à abordagem terapêutica. Metodologia: Prontuários eletrônicos foram utilizados para coletar dados referentes a 253 nódulos classificados como Bethesda III, IV e V que foram ressecados cirurgicamente. Dentre as informações de cada caso, constavam a classificação ultrassonográfica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e o diagnóstico histopatológico (DHP). Posteriormente, as variáveis foram analisadas entre si por meio do programa IBM SPSS®. Resultados: Os nódulos das categorias III, IV e V tiveram 39,6%, 45,8% e 86,9% de malignidade, respectivamente. Quando os nódulos foram divididos pela classificação da PAAF e ultrassonográfica em conjunto, apenas os Bethesda III apresentaram significância estatística em relação ao DHP, sendo a porcentagem de nódulos malignos diferente para os graus II (28,6%), III (39,1%) e IV (67,9%) do ultrassom. Além disso, nódulos grau IV tiveram 75% de malignidade quando classificados como Bethesda IV e 88,2% quando V. Quando comparadas as categorias III e IV da PAAF em relação ao anatomopatológico, observou-se que o risco de malignidade para a IV foi de 1,15 vezes maior do que o da III, com IC 95% (0,80 – 1,67), mas essa diferença não foi estatisticamente significativa (p = 0,446) Conclusões: A ultrassonografia foi importante para estratificar os nódulos classificados como Bethesda III, identificando quais possuem uma maior tendência ao tratamento conservador ou ao cirúrgico. Além disso, nódulos grau IV indicaram a cirurgia como sendo a melhor abordagem inicial em todas as categorias da PAAF. os índices de malignidade encontrados nos casos Bethesda III e IV são semelhantes sugerindo a mesma conduta para estes grupos de pacientes.