PREVALÊNCIA DA COINFECÇÃO ASSINTOMÁTICA HIV/LEISHMANIA INFANTUM E AVALIAÇÃO DO STATUS IMUNOLÓGICO DOS INDIVÍDUOS COINFECTADOS
HIV, Leishmaniose visceral, leishmania infantum, coinfecção assintomática.
Introdução: Fatores de risco para o desenvolvimento de Leishmaniose Visceral (LV) inclui comorbidades como por exemplo o HIV. O agente causal da LV no Brasil é a Leishmania infantum. Infecção assintomática por L. infantum é alta em muitas áreas no Brasil como Natal, Fortaleza, Belo Horizonte, Campo Grande e muitas outras cidades, onde nestas mesmas áreas há casos de HIV/Aids. Objetivos: o objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de infecção assintomática por L. infantum em pessoas positivas para o HIV e determinar se esse status de coinfecção está associado a ativação e senescência de células T assim como dano ao sistema imunológico. Desenho do estudo: um estudo transversal foi feito com 1.123 pessoas positivas para o vírus HIV, residentes no estado do Rio Grande do Norte, para determinar a prevalência da coinfecção HIV/L. infantum. Posteriormente, ativação, senescência e anergia de células T foi determinada por citometria de fluxo para um subgrupo de indivíduos coinfectados assintomáticos. Indivíduos positivos para o HIV, indivíduos com Aids e LV (Aids/LV) e indivíduos com LV sem HIV foram arrolados para comparação. Resultados: Um total de 174 (15,4%) pessoas positivas para o HIV tinham sorologia positiva para L. infantum. Destes, 2 pessoas desenvolveram LV após 18 meses de acompanhamento. Pessoas com coinfecção assintomática HIV/L. infantum apresentaram o mesmo perfil imunológico de células T que os pacientes com Aids/LV. A mortalidade nos pacientes Aids/LV foi de 30%. Conclusão: A coinfecção HIV/L. infantum aumenta o risco de desenvolvimento de LV e morte. Além disso, a infecção por L. infantum parece ser uma causa de maior ativação do status imune do indivíduo mesmo sem a ocorrência da LV. Indivíduos coinfectados assintomáticos deveriam ter um seguimento em curtos períodos de tempo, como é feito no indivíduo com história prévia de LV. Discute-se então se estes indivíduos coinfectados deveriam ser tratados para a infecção por L. infantum e assim, haveria diminuição do risco de óbito caso estes indivíduos desenvolvam LV.