TUBERCULOSE GANGLIONAR PERIFÉRICA: Incidência em pacientes com AIDS no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil (2001-2006).
Mycobacterium tuberculosis, tuberculose ganglionar periférica, Co-infecção TBXAIDS.
A grande incidência de casos de tuberculose em nível global vem sendo fortemente relacionada à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). O fato da infecção pelo HIV ser considerada, atualmente, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da tuberculose ativa, dá-se pelo comprometimento do estado imunológico do paciente. Muitos estudos têm demonstrado que a tuberculose extra-pulmonar ocorre mais freqüentemente nos indivíduos co-infectados do que nos indivíduos HIV negativos. Entre as formas de tuberculose extra-pulmonar, a tuberculose ganglionar periférica tem se destacado, como a segunda forma mais frequente. Nos últimos anos tem se observado um aumento nesta forma de tuberculose extra-pulmonar, relacionanda a AIDS. O intuito deste estudo foi verificar a taxa de incidência da tuberculose ganglionar periférica em pacientes co-infectados notificados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no Estado do Rio Grande do Norte, durante o período de janeiro de 2001 a dezembro de 2006. Os dados foram coletados na Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, através do SINAN. Esse sistema é alimentado pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam na lista nacional das doenças de notificação compulsória. A disponibilização da base do SINAN ocorre por meio do TABNET, programa usado para a tabulação dos dados. Foram analisadas no estudo as variáveis relacionadas ao aspecto clínico (formas clínicas da co-infecção), e dentro da forma clínica extra-pulmonar a incidência da tuberculose ganglionar periférica, sendo os dados obtidos dispostos em tabelas e gráficos com valores percentuais. Nesse período foram notificados 226 casos de co-infecção, dos quais 71,7% apresentou a forma clínica pulmonar,21,7%a forma extra-pulmonar e 6,6% a forma combinada (pulmonar+extrapulmonar). A maior incidência da forma extra-pulomonar foi verificada no ano de 2006 com um percentual de 32,6%. E nesta forma clínica a que predominou foi à ganglionar periférica (56,5%), seguida da miliar (19,4%). A epidemia da AIDS modificou o conceito clássico da tuberculose ganglionar periférica. Considerada anteriormente uma forma orgânica isolada, atualmente, na maioria dos casos, a forma linfonodal da tuberculose indica imunodeficiência, notadamente relacionada à AIDS. Com os resultados obtidos, esse estudo demonstrou que a tuberculose ganglionar periférica é a forma mais incidente da tuberculose extra-pulmonar em individuos co-infectados, condizendo assim com a literatura consultada.