ASPECTOS SÓCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS RELACIONADOS AO ESTRESSE E A SÍNDROME DE BURNOUT EM FISIOTERAPEUTAS NO BRASIL
Saúde Mental; Esgotamento Profissional; Fisioterapia; Estresse; Burnout.
Dos problemas de saúde existentes no ambiente de trabalho, 18% afetam o aparelho psíquico, a exemplo do estresse, que é a segunda causa de afastamento do trabalho nos Estados Unidos, atingindo cerca de 30% dos trabalhadores em geral. A persistência e intensidade do estresse, associada às sucessivas tentativas de lidar com os mesmos, torna os indivíduos vulneráveis ao surgimento da Síndrome de Burnout. O objetivo deste trabalho foi de identificar a relação dos aspectos socioeconômicos e demográficos com o estresse e a Síndrome de Burnout em fisioterapeutas do Brasil. Para isto, este estudo teve uma abordagem do tipo transversal, com 1040 fisioterapeutas do Brasil, através de uma amostragem do tipo snowboll e não probabilística. Utilizou-se um questionário socioeconômico, demográfico e profissional, a Escala de Estresse no Trabalho (EET) e a adaptação do Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo (CESQT). Na análise dos dados, foi utilizada a estatística descritiva e inferencial. Dentre os principais resultados obtidos, percebeu-se uma maior representatividade da região Nordeste (48,7%), com idade média de 31anos, sexo feminino (75,7%), carga horária semanal de 35,4 horas, com 3-5 anos de atuação profissional. Observou-se que 37% apresentavam estresse relacionado estatisticamente com a idade (p=0,008), atividade física (p=0,039) e satisfação com a saúde (r=-0,322; p<0,001). Não foi observado nenhum caso de burnout, porém houve uma média elevada nas dimensões, desgaste psíquico, indolência e culpa, totalizando 49% com tendência ao desenvolvimento da síndrome. Portanto, as variáveis, idade, prática da atividade física e satisfação com a saúde obtiveram relação com o estresse. Para o burnout destacou-se a região de moradia (centro-oeste), satisfação com a saúde, local de trabalho (clínicas e hospitais), além do maior número de locais de trabalho. Diante deste contexto, os estudos sobre o estresse e a Síndrome de Burnout se apresentam como elementos de relevância dentro do contexto da prevenção dos riscos laborais e da análise das condições de trabalho.