SINDROME METABÓLICA E FATORES ASSOCIADOS: ESTUDO EM MULHERES COM PRÉ-ECLÂMPSIA E GESTAÇÃO NORMOTENSA HAVIA CINCO ANOS
Síndrome X Metabólica; Resistência Insulínica; Pré-eclâmpsia, Toxemia; Toxemias Gravídicas.
Introdução: Defini-se pré-eclâmpsia como complicação de extrema gravidade do ciclo gravídico puerperal por contribuir com o surgimento tardio de fatores de risco cardiovascular, dentre os quais a síndrome metabólica. Objetivo: analisar a prevalência da síndrome metabólica e fatores associados em mulheres que apresentaram pré-eclâmpsia e gestação normotensa há cinco anos. Método: pesquisa observacional transversal de abordagem quantitativa, realizada em uma maternidade escola no município de Natal, Rio Grande do Norte. A amostra foi constituída por 70 mulheres com pré-eclâmpsia prévia e 75 normotensas selecionadas através do método de amostragem probabilística aleatória simples, das quais foram analisados os parâmetros sociodemográficos, obstétricos, clínicos, antropométricos e bioquímicos. Para diagnóstico da síndrome metabólica, adotou-se o critério estabelecido pela International Diabetes Federation. Para análise dos dados foram aplicados testes estatísticos de Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney, t de Student , Qui Quadrado de Pearson, exato de Fisher e modelo de regreção logística simples com nível de significância estatística de 5% (p≤ 0,05). Resultados: após aplicação dos testes estatísticos, constatou-se um índice de massa corpórea elevado (p=0,001), predomínio de antecedentes familiares de diabetes mellitus (p=0,022) e prevalência significativamente maior da síndrome metabólica no grupo com pré-eclâmpsia (37,1%) em relação às normotensas (22,7%) (p=0,042). Comparando os grupos, verificou-se um número elevado de componentes da síndrome metabólica nas mulheres com pré-eclâmpsia prévia. A pressão arterial sistólica e diastólica alteradas (p<0,001) foi o mais prevalente, seguido da baixa concentração de lipoproteínas de alta densidade (p=0,049) hiperglicemia (p=0,030). Houve o predomínio da síndrome metabólica nas mulheres com, escolaridade de 0 a 9 anos (42,4%) (p=0,005), índice de massa corpórea acima de 30Kg.m2(52,3%) p<0,001), ácido úrico elevado (62,5%) (p=0,050), microalbuminúria alterada (36,5%)(p=0,047) e história familiar de hipertensão arterial (38,5%)(p<0,001). O índice de massa corpórea acima de 30Kg.m2, grau de escolaridade menor que 10 anos de estudo (p<0,001) e antecedentes familiares de hipertensão arterial (p=0,002) permaneceram associados à síndrome metabólica após a análise multivariada dos dados. Conclusão: As mulheres com PE prévia apresentavam uma elevada prevalência da síndrome metabólica e de seus componentes individuais em relação às normotensas, em particular, a pressão arterial sistólica e diastólica alteradas, os níveis baixos da concentração de lipoproteínas de alta densidade e a hiperglicemia. Os fatores independentemente associados a este desfecho foram: obesidade, grau de escolaridade inferior a 10 anos e histórico familiar de hipertensão arterial.