Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSE WILLIAN DE SOUZA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOSE WILLIAN DE SOUZA SILVA
DATA : 29/09/2025
HORA: 16:00
LOCAL: meet.google.com/ffh-szde-niz
TÍTULO:

 

 

 

 

NO PRINCÍPIO, É O HOMEM QUE DELIBERA: PONTO(S) DE VISTA E RESPONSABILIDADE ENUNCIATIVA EM PROJETOS DE LEI ANTIABORTO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS (1949-2024)



PALAVRAS-CHAVES:

 

 

Aborto; Análise Textual dos Discursos; Ponto de vista; Projeto de lei; Responsabilidade enunciativa.


PÁGINAS: 152
RESUMO:

Este trabalho tem como objeto de investigação o ponto de vista (PDV) e a responsabilidade enunciativa (RE) na construção do objeto de discurso “aborto” em projetos de lei apresentados à Câmara dos Deputados. O objetivo geral é investigar os pontos de vista (PDV) e a responsabilidade enunciativa (RE) em justificativas de seis projetos de lei antiaborto protocolados no período de1949 a 2024. Os objetivos específicos são identificar, descrever e interpretar as marcas enunciativas, textuais e discursivas que constroem o PDV e a RE. Para tanto, adota-se como subsídio teórico a Análise Textual dos Discursos (ATD), um quadro teórico-metodológico e descritivo, que fornece uma teoria do conjunto, postulada por Adam (2011). Oriunda da Linguística Textual (LT), estatuindo o estudo da produção co(n)textual dos sentidos com base em textos concretos, examina-os à luz de determinados planos de análise. Orientadas por 8 planos, encontramo-nos no N7, o nível enunciativo, responsável pela responsabilidade enunciativa e a coesão polifônica. Não há na ATD teoria autônoma para seus planos, senão apenas possibilidades de interfaces para dar conta de cada um. Para complementar o enunciativo, recorre-se à teoria pragma-enunciativa do PDV proposta por Rabatel (2016, 2021, 2025 [2017]). O presente estudo insere-se no paradigma qualitativo, de caráter descritivo-interpretativo e baseado em raciocínio indutivo-dedutivo, configurando-se como pesquisa documental, cujo corpus é constituído por seis projetos de lei antiaborto. Os resultados parciais analisados e discutidos mostram enunciados objetivamente construídos pelos locutores/enunciadores primeiros (L1/E1). Além disso, a progressão textual evidencia a forte presença da forma do PDV assertado, indicando a assunção dos conteúdos proposicionais dos auto-PDV. Observa-se, assim, que as escolhas linguístico-textuais dirigem a interpretação do leitor, seja quando atribui culpa à mulher que opte pelo aborto, seja ao (re)construí-la como assassina. Dessa forma, as proposições estabelecem a direção argumentativa do texto, sintetizada em atos de acusação, incriminação e defesa da vida. Conclui-se, portanto, que não há neutralidade na atividade discursiva, tudo corresponde aos cálculos do locutor/enunciador primeiro. Nesse sentido, o jogo enunciativo, textual e discursivo está atrelado a um projeto de querer-dizer, aos interesses dos locutores/enunciadores no jogo interacional, revelando a intencionalidade enunciativa, inclusive daquela atribuída a enunciadores sem fala, reconstruída por meio dos processos de referenciação, seleção e combinação do material linguístico que orientam a construção dos sentidos pretendidos nos textos.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 349685 - MARIA DAS GRACAS SOARES RODRIGUES
Interno - 349707 - LUIS ALVARO SGADARI PASSEGGI
Externa à Instituição - MARIA DE FÁTIMA SILVA DOS SANTOS - UFRPE
Externa à Instituição - MARIA INÊS BATISTA CAMPOS - USP
Notícia cadastrada em: 23/09/2025 15:22
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