Portais Carrollianos e a Semiótica da Transição: as travessias fantásticas da personagem Alice, de Lewis Carroll
Alice; Lewis Carroll; Semiótica; Travessias; Portais.
Esta é uma tese parcial de Doutorado em desenvolvimento que trata da investigação dos corpus Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Alice através do espelho (2013), do autor britânico Lewis Carroll, sobre o objeto portal junto ao processo de travessia da personagem Alice em ambas as obras, partindo do conceito inicial de limiar (Campbell, 2007), de portal de fantasia (Mendlesohn, 2008), de desterritorialização (Deleuze; Guattari, 1997), e de não-lugar (Augé, 1994). A pesquisa objetiva a comparação das duas obras em sua representação ficcional dos portais fantásticos observando as semelhanças e diferenças na escolha dos objetos, que interfere tanto na narrativa, quanto na transição de Alice. Para tanto, a tese apoia-se nas ferramentas das teorias críticas da Literatura Comparada, na área da tematologia (P. Brunel et al, 2012; Coutinho, 2011; Carvalhal, 2011), apresenta revisão de literatura sobre o fantástico (Todorov, 1970; Bachelard, 1997; Roas, 2014) na perspectiva hispânica, e fantasia sob a ótica britânica de alta fantasia e sub-criação (Tolkien; 2012). A tese é realizada sob a teoria científica da semiótica (Peirce, 2005; Santaella, 2002, 2017; Pignatari, 2004) para aplicação da análise dos signos de travessia ‘toca do coelho’ e ‘espelho’, por meio da tríade peirceana: ícone, índice e símbolo. Já em relação ao caráter onírico da obra, utiliza-se a teoria de Freud (2019) e de Lacan (1986) sobre o inconsciente, linguagem e signo que se relacionam. O trabalho encontra-se em andamento e com a análise em produção, espera-se, ao final do doutoramento, concluir a análise dos corpora de Carroll apresentando os elementos que comprovem os eventos envolvidos na travessia e transição da personagem Alice por meio dos portais fantásticos e a leitura dos significados destes eventos por meio da análise semiótica do signo portal.