AS TOMADAS DE POSIÇÃO DO SUJEITO-PESQUISADOR SOBRE A BNCC: UMA ANÁLISE LINGUÍSTICO-DISCURSIVA EM DISSERTAÇÕES
Análise do Discurso; Base Nacional Comum Curricular; Dissertações; Sujeito-Pesquisador; Tomadas de Posição
Esta pesquisa é norteada pelo seguinte questionamento: de que forma os sujeitos-pesquisadores demonstram tomadas de posição em suas dissertações ao abordarem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como objeto de investigação e quais seus efeitos de sentido? Guiados por essa questão, objetivamos analisar, a partir de elementos linguísticos, como os sujeitos-pesquisadores realizam tomadas de posição, ou seja, como são constituídos os processos de identificação e contra-identificação, em suas dissertações e quais seus efeitos de sentido. De forma específica, almejamos: (a) analisar as formas com as quais os sujeitos-pesquisadores compreendem, caracterizam e realizam o processo de correferenciação da BNCC nas dissertações e a maneira como isso contribui para a projeção de uma imagem do objeto; (b) identificar quais os discursos que perpassam a escrita dos sujeitos-pesquisadores ao falarem sobre a BNCC; (c) verificar de que maneira o discurso oficial da BNCC pode influenciar a escrita dos pesquisadores e de que forma isso pode corroborar para cercear as tomadas de posição dos sujeitos. A pesquisa filia-se à Análise do Discurso de linha francesa, subsidiada a partir das obras de Pêcheux (2014a; 2014b), e segue uma abordagem qualitativa, com base no paradigma indiciário proposto por Ginzburg (1989). O corpus é constituído por 4 dissertações obtidas na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) e em repositórios on-line de universidades federais do país, além de excertos da própria BNCC. Como resultados preliminares, identificamos a predominância de um discurso elogioso sobre o documento-fonte, caracterizado por uma identificação do sujeito com a formação discursiva que rege o discurso dominante e institucionalizado, fazendo com que haja uma reprodução dessa discursivização. Além disso, há a presença da contra-identificação a essa dominância, materializada em crítica ao documento, e ainda formas de heterogeneidade na formação discursiva do sujeito.