Banca de DEFESA: CLARA GLENDA MENDES GALDINO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CLARA GLENDA MENDES GALDINO
DATA : 31/07/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Via Google Meet
TÍTULO:

A QUEDA DO PARAÍSO: UMA ANÁLISE DA MEMÓRIA E DO ESPAÇO EM ÓRFÃOS DO ELDORADO, DE MILTON HATOUM


PALAVRAS-CHAVES:

Palavras-chave: literatura brasileira contemporânea; memória; espaço; modernização; Milton Hatoum.


PÁGINAS: 90
RESUMO:

E

Esta dissertação tem como objeto de estudo o romance contemporâneo Órfãos do Eldorado (2008), de Milton Hatoum. Situada entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX e ambientada às margens do Rio Amazonas, com deslocamentos entre a cidade fictícia de Vila Bela, a metrópole Manaus e a Cidade Encantada (em referência ao mito do Eldorado), a história é narrada de forma memorialística e oralizada por um personagem velho – filho da elite do Ciclo da Borracha – em seu presente pobre e periférico, tendo como aparente ponto de conflito o desaparecimento de sua amada e a sua derrocada financeira. Frente a essas características, o objetivo da pesquisa foi investigar a construção da memória e do espaço, com vistas à compreensão de como a obra internaliza a sociedade em seu universo ficcional – principalmente no que concerne à modernização brasileira e amazonense. Para isso,  buscou-se, de forma mais específica, identificar as diferentes mobilizações memorialísticas presentes na estrutura;  esmiuçar a construção formal da memória e do espaço na narrativa, bem como as suas vinculações; verificar de que forma a ligação entre esses elementos reflete questões sociais, econômicas e políticas. A pesquisa utilizou como fundamentação teórico-metodológica a crítica integrativa de Antonio Candido (2023a; 2023b) e Roberto Schwarz (2014; 1987; 1985), além da topoanálise Ozíris Borges Filho (2004) para explorar o espaço literário. Para a discussão sobre a memória, fundamentou-se em Maurice Halbwachs (1990), Michael Pollak (1989), Walter Benjamin (1989; 1994) e Câmara Cascudo (2012), focalizando a categoria de memória coletiva. A ligação entre espaço e memória teve como base Aleida Assman (2016), e os fenômenos históricos e sociais foram abordados com apoio de Márcio Souza (2019), Ana Maria Daou (2004), Lilia Schwarcz (2018; 2019) e Carlos Alberto Franco da Silva (2019). A investigação revelou que a memória exprime flutuações próprias da contação de um narrador volúvel – capaz de fazer ver as contradições e as desigualdades da estrutura social referida. À luz dessas flutuações, notou-se que a memória coletiva expressa não é una e homogênea, mas, sim, tensionada dialeticamente pelas memórias Oficial, subterrânea e da tradição oralizada, aspecto que rompe com a narrativa dominante sobre a modernização e o Ciclo da Borracha no Amazonas. O espaço, sendo fundamental para as configurações supracitadas, enfatiza sobretudo as cidades e as posteriores tentativas de fuga, reais ou míticas, pelos personagens marginalizados. Assim, fica evidente, na estruturação narrativa, a queda do paraíso moderno espacializado no Amazonas, cuja materialização é inerentemente vinculada à contradição, à violência e à ruína. 


 

 

 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1543253 - KATIA AILY FRANCO DE CAMARGO
Externa ao Programa - 1223367 - JULIANE VARGAS WELTER - UFRNExterno à Instituição - FRANCISCO HUMBERLAN ARRUDA DE OLIVEIRA - IFRN
Notícia cadastrada em: 10/07/2024 15:59
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