Banca de QUALIFICAÇÃO: SARAH DE SOUSA FERREIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SARAH DE SOUSA FERREIRA
DATA : 16/11/2021
HORA: 09:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOFÍDICO DOS ÁCIDOS CLOROGÊNICO E ROSMARÍNICO E PRODUÇÃO DE UM ANTISSORO CONTRA A PEÇONHA DE Bothrops brazili (HOGE, 1953) EM SISTEMA NANOPARTÍCULADO DE QUITOSANA

PALAVRAS-CHAVES:

Bothrops brazili. Compostos fenólicos. Quitosana. Nanotecnologia. Ofidismo. Soroterapia

PÁGINAS: 136
RESUMO:

O ofidismo causa elevada mortalidade e morbidade em muitas regiões do mundo. Atualmente, o único tratamento é a soroterapia que apresenta algumas desvantagens, tais como: alto custo para a produção, baixa eficácia na neutralização dos efeitos locais, dificuldade de acesso em algumas regiões e reações adversas. Considerando tais fatores, este trabalho tem por finalidade apresentar novas alternativas para aprimorar o tratamento do ofidismo. Para este fim, foi utilizada a peçonha da serpente Bothrops brazili, espécie pouco estudada que é encontrada principalmente na região Amazônica. Deste modo, o presente estudo tem como objetivo geral (1) analisar o potencial inibitório dos ácidos clorogênico e rosmarínico frente aos efeitos locais e sistêmicos induzidos pelo envenenamento por B. brazili, (2) obter e caracterizar nanopartículas de quitosana com a peçonha dessa espécie incorporada e adsorvida, e avaliar o potencial imunoadjuvante desses nanocarreadores para a produção de um novo soro. A avaliação do potencial antiofídico dos ácidos clorogênico e rosmarínico foi realizada por meio de ensaios in vivo e in vitro. Nos ensaios in vitro, os ácidos foram capazes de neutralizar a atividade de proteases e fosfolipases da peçonha, além de reduzir o efeito pró-coagulante em plasma humano causado pela mesma. In vivo, em modelo de camundongo, esses compostos neutralizaram efeitos locais como edema, hemorragia, aumento da enzima mieloperoxidase e miotoxicidade. Além disso, os ácidos mitigaram os efeitos sistêmicos decorrentes do envenenamento, que foram esses: alterações bioquímicas (danos renais, hepáticos e musculares), hemostáticas (tempo de tromboplastina parcialmente ativada, tempo de protrombina e plaquetograma), hematológicas (leucograma) e peroxidação lipídica. Para a produção das nanopartículas de quitosana foi utilizada a técnica de gelificação iônica. As nanopartículas apresentaram tamanho entre 150 a 190 nm, potencial de aproximadamente + 30 mV e índice de polidispersão de aproximadamente 0,400. Estes parâmetros foram avaliados pela técnica Dynamic Light Scattering. A nanopartículas apresentaram 97% de eficiência para incorporar e adsorver a peçonha e as análises de microscopia eletrônica de varredura com fonte de emissão de campo e microscopia de força atômica mostraram que essas possuíam forma e tamanho homogêneos. A análise de espectroscopia da região do infravermelho por transformada de Fourier revelou que a peçonha apresentou bandas em 1543 cm^-1 e 1651 cm^-1 referentes a grupamentos amida. As nanopartículas apresentaram bandas em 916, 1087, 1259 e 1340 cm^-1 que sofreram desvio após a incorporação e adsorção da peçonha. Por fim, os camundongos foram imunizados com as nanopartículas de quitosana nas quais a peçonha foi associada ou hidróxido de alumínio e o soro foi obtido. Em conclusão, estes resultados demostram que os ácidos clorogênico e rosmarínico apresentam potencial de neutralização dos efeitos locais e sistêmicos provocados pelo envenenamento por B. brazili, podendo ser utilizando como alternativa para a complementação da soroterapia. Ainda, as nanopartículas de quitosana foram eficientes em incorporar e adsorver a peçonha apresentando grande potencial para serem utilizadas como adjuvante na produção de um novo soro antiofídico.

MEMBROS DA BANCA:
Externa ao Programa - 2378605 - CRISTIANE FERNANDES DE ASSIS
Externo ao Programa - 2195251 - HUGO ALEXANDRE DE OLIVEIRA ROCHA
Externa à Instituição - JULIANA FÉLIX DA SILVA - UNIFACEX