Banca de QUALIFICAÇÃO: MELINE GOMES GONÇALVES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MELINE GOMES GONÇALVES
DATA : 26/07/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

EFEITOS HISTOLÓGICOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA EM RATOS COM DIABETES INDUZIDA POR ESTREPTOZOTOCINA


PALAVRAS-CHAVES:

Diabetes Mellitus, creatina, pâncreas, rim.


PÁGINAS: 78
RESUMO:

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica metabólica crescente em todo o mundo e caracteriza-se pelo quadro hiperglicêmico frente à redução dos níveis de insulina circulante e/ou a um déficit dos efeitos teciduais desse hormônio. Em 2019, o número estimado de portadores foi 463 milhões e a projeção é que atinja 578 milhões em 2030, e a 700 milhões em 2045. O DM tipo I, condição patológica alvo do estudo, está associado a complicações agudas metabólicas como também a crônicas de longo prazo, tendo os seguintes órgãos e estruturas mais afetadas: pâncreas, rins, nervos, coração, vasos sanguíneos, retina e pulmão. Pesquisas são realizadas constantemente na tentativa de amenizar essas complicações e, então, aumentar a qualidade de vida dos portadores. Para isso, estudos são feitos com terapias adjuvantes. Os suplementos nutricionais têm recebido bastante atenção por cumprir essa finalidade. A creatina é um suplemento nutricional que vem sendo estudado devido às suas capacidades antioxidantes e hipoglicemiantes. Estudos no DM tipo II já mostraram o efeito da creatina em aumentar a captação de glicose e aumentar a sensibilidade à insulina, no entanto, não há estudos sobre o efeito da suplementação tanto no metabolismo quanto nos tecidos, principalmente, que podem ser afetados no DM tipo I. Desta forma, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da suplementação de creatina em ratos diabéticos induzidos por estreptozotocina (STZ). Para isso, foram utilizados 32 ratos da linhagem Wistar, divididos em 4 grupos contendo 8 animais cada: (C) animais sem diabetes e sem suplementação de creatina, (CCr) animais sem diabetes e com suplementação de creatina, (D) animais diabéticos induzidos com STZ sem suplementação, (DCr) animais diabéticos induzidos com STZ tratados com creatina. Os grupos D e DCr receberam dose única de STZ (40 mg/kg i.p.) para indução do diabetes. Os grupos CCr e DCr receberam a suplementação de creatina por meio da ração isocalórica em 2 fases (saturação e manutenção). Após a eutanásia, os órgãos foram coletados e armazenados para análises histopatológicas dos tecidos pancreático e renal dos animais.  A fim de comprovar a indução do DM para os grupos D e DCr, foi mensurado o consumo de água e de ração bem como o peso corporal para caracterizar a sintomatologia da condição patológica. Observou-se, além da hiperglicemia durante todo o experimento, polidipsia, polifagia e diminuição do peso corporal nos animais diabéticos induzidos por STZ. A suplementação de creatina foi capaz de reduzir a glicemia, como visto em estudos anteriores. No tecido pancreático, foi observada uma diminuição significativa no número de ilhotas de Langerhans nas amostras do grupo D em relação aos grupos controles, que corrobora com o efeito da STZ, responsável pela destruição das células beta e, consequentemente, a atrofia das ilhotas. Já o grupo DCr teve o quantitativo de ilhotas semelhante ao observado nos animais do grupo controle. Esse mesmo grupo apresentou novamente um aumento em relação ao grupo D, quanto a área das ilhotas, corroborando o aumento, em mm², em que os aproximam dos achados para os grupos controle. Assim como no pâncreas, foi realizada a contagem de glomérulos renais. Houve uma redução significativa na quantidade do grupo DCr em comparação aos outros grupos experimentais. O transportador de creatina presente no rim pode favorecer algum dano tecidual, relacionado à liberação de seu grupamento NO. Como também pode estar relacionado aos achados glomerulares presentes na histologia desse grupo, que podem destruir essa estrutura. Quanto às áreas glomerulares, o grupo DCr foi semelhante aos grupos controles, enquanto o grupo D apresentou menores áreas dos glomérulos renais. O que pode refletir no grupo DCr um aumento compensatório à expansão mesangial para preservar a superfície de filtração ao passo que para o D, uma atrofia glomerular devido a fibrose (hialinização). É comum encontrar em pesquisas morfológicas e histológicas um padrão nas observações quando se pesquisa o DM. Portanto, a suplementação de creatina em animais diabéticos foi eficaz quanto às análises morfométricas pancreática e renal bem como a alguns parâmetros histológicos avaliados, chamando a atenção para a substituição adiposa e hiperemia para o pâncreas e glomeruloesclerose renal, e melhora na inflamação e necrose para os dois tecidos do estudo. Porém, de certo, são necessárias mais investigações para aumentar as evidências dessa suplementação com o DM tipo I, abrangendo análises histológicas e marcadores metabólicos específicos já que alterações no tecido podem se desenvolver em completo silêncio clínico. Bem como análise de expressão de genes que influenciam no dano tecidual e dos transportadores que podem influenciar também em alguma lesão.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2578619 - ANA HELONEIDA DE ARAUJO MORAIS
Externo ao Programa - 1667882 - BENTO JOAO DA GRACA AZEVEDO ABREU
Externo ao Programa - 2859541 - PEDRO PAULO DE ANDRADE SANTOS
Notícia cadastrada em: 02/07/2021 15:46
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