Avaliação da concentração de vitamina A materna e de neonatos prematuros e a termo
Vitamina A, Soro, Leite humano, Prematuro
A vitamina A é um nutriente essencial em diversos processos fisiológicos, como crescimento e desenvolvimento, de modo que um adequado estado nutricional nesse nutriente é fundamental na gestação e lactação. Mulheres lactantes e crianças em aleitamento materno são consideradas grupos de risco para a deficiência de vitamina A e alguns fatores podem aumentar o risco de hipovitaminose, como a prematuridade. O objetivo foi avaliar a concentração de vitamina A em lactantes e recém-nascidos prematuros (pré-termo) e a termo, por meio da determinação do retinol no soro materno, no soro do cordão umbilical e no leite materno. Foram recrutadas 182 parturientes, divididas em grupo pré-termo (GPT; n=118) e grupo termo (GT; n=64). O retinol foi analisado por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) até 72h pós-parto. No grupo pré-termo também foram analisadas amostras de leite de transição (7º-15º dia; n=68) e leite maduro (30º-55º dia; n=46). A concentração materna de retinol foi 48,6 ± 12,3 µg/dL no GPT e 42,8 ± 16,3 µg/dL no GT (p<0,01). O retinol no soro do cordão umbilical foi 20,4 ± 7,4 µg/dL no GPT e 23,2 ± 7,6 µg/dL no GT (p>0,05). Entre os recém-nascidos, 43% dos prematuros e 36% dos a termo apresentaram baixos níveis de retinol sérico (<20 µg/dL). No colostro, lactantes pré-termo e termo apresentaram média de retinol de 100,8 ± 49,0 µg/dL e 127,5 ± 65,1 µg/dL, respectivamente (p<0,05). A média de retinol no leite pré-termo aumentou para 112,5 ± 49,7 µg/dL na fase de transição e reduziu para 57,2 ± 23,4 µg/dL no leite maduro, diferindo significativamente entre todas as fases (p<0,05). Ao comparar com a recomendação de ingestão de vitamina A o leite colostro do GT atingiu a recomendação para lactentes, porém no GPT a recomendação não foi atingida em nenhuma das fases. As mães de recém-nascidos prematuros possuem concentração sérica de retinol superior à de mães a termo, entretanto, isso não foi refletido no retinol sérico dos recém-nascidos, uma vez que os prematuros apresentaram menor concentração de retinol. Tal condição pode ser explicada devido à menor hemodiluição fisiológica materna e transferência placentária de retinol para o feto durante a gestação pré-termo. A comparação do retinol no colostro evidenciou menor concentração no GPT, no entanto na fase de transição houve um aumento importante do conteúdo de retinol liberado pela glândula mamária de lactantes pré-termo. Essa situação evidencia uma adaptação fisiológica própria da prematuridade, provavelmente no sentido de contribuir mais para a formação das reservas hepáticas de retinol dos lactentes prematuros.