CONTEXTO DE TRABALHO E SAÚDE PSÍQUICA: CAMINHOS E DESCAMINHOS DA ATUAÇÃO DOS PROFESSORES-GESTORES EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA FEDERAL
Gestão universitária. Contexto de trabalho. Saúde psíquica.
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O mundo do trabalho vem passando por grandes transformações e recebe forte influência do contexto sócio-histórico vivenciado. O contexto de trabalho e a forma como as pessoas se relacionam com ele poderá colaborar para a promoção ou deterioração da saúde psíquica. Considerando que os gestores universitários vivenciam enormes desafios na gestão das universidades públicas, o presente estudo teve por objetivo apreender como os professores- gestores percebemseu contexto de trabalho e a influência dele na saúde psíquica. Trata-se, portanto, de uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva, que utilizou o procedimento de estudo de caso. Delimitou-se como participantes os Chefes de Departamento. A coleta de dados foi feita através de dois grupos focais online com seis participantes, totalizando 12 gestores. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Primeiramente, buscou-se compreender como tem sido a experiência de ser um gestor universitário. Para tanto, foi preciso conhecer o percurso de chegada à gestão, entender que perpassa por uma atuação que envolve papéis diversos (Ensino, pesquisa, extensão e gestão). Além disso, essa vivência foi retratada através de uma avaliação positiva e negativa de estar nessa função. Em seguida, foram identificados os aspectos propulsores e restritivos contexto de trabalho a partir da percepção dos participantes. Os propulsores são: Capacitações e desenvolvimento; Apoio institucional; Sistemas informatizados; Colaboração do vice, da secretaria, e de outros gestores; Planejamento; Melhorias nos processos de trabalho; e a Organização do tempo. Já os restritivos são: Comunicação com as unidades; Limitação de recursos e falta de compreensão dos docentes; Déficit de pessoal; Sistemas informatizados; Ausência de preparação e conhecimento sobre a gestão; Violência e desrespeito; Ambiente conflituoso; Dificuldade de conciliar e mediar interesses; Sistema de compras e utilização recursos financeiros; Dificuldades na organização do tempo; Produtividade e Sobrecarga; Descontinuidade da gestão; e, Normas e legislações – Burocracia. A próxima etapa consistiu em investigar os aspectos percebidos como potenciais geradores de sofrimento, desgaste e mal-estar. Entre eles estão: Conflitos; Cobrança excessiva por produtividade e a sobrecarga; Papéis diversos; Organização do tempo, Vida pessoal e trabalho; Ritmos de trabalho; Falta de apoio jurídico; Violência e desrespeito; Falta de recursos; e Normas e legislações – Burocracia. Por fim, os participantes apresentaram sugestões de melhorias como: Suporte institucional; Comunicação com as pró-reitorias; Suporte Jurídico; Melhor distribuição de pessoal; Capacitação e desenvolvimento dos chefes; Esclarecimentos aos docentes e acompanhamento sistemático da PROGESP; Reflexão e envolvimento dos docentes e técnicos; Conhecer as atribuições e competências esperadas; Melhorias nos processos de trabalho; e Estratégias de conciliação de papéis. O estudo apresentou um diagnóstico sobre a percepção dos chefes de departamento, bem como forneceu um modelo de diagnóstico por meio de grupos focais online. As sugestões apresentadas poderão colaborar para aprimoramento das ações relacionadas à gestão universitária.