Risco de quedas em idosos internados em ambiente hospitalar
Idoso. Acidentes por quedas. Fatores de risco. Promoção da saúde. Segurança do paciente.
As quedas, quando ocorrem em ambiente hospitalar, representam um evento adverso e ganham notória importância devido a sua maior prevalência entre idosos e às complicações geradas à evolução clínica desses pacientes. Assim, ações de promoção à saúde e prevenção de agravos tornam-se fundamentais no sentido de oferecer uma hospitalização segura a esses indivíduos. Por isso, objetivou-se caracterizar os fatores de risco de quedas e o comportamento de prevenção de quedas em idosos internados em ambiente hospitalar. Trata-se de uma pesquisa transversal com abordagem quantitativa, realizada com idosos internados nas unidades clínicas de um hospital universitário de Natal/RN/Brasil. A amostra foi delimitada estatisticamente, ao considerar as possíveis perdas e os idosos incluídos na coleta piloto, em 99 participantes, selecionados por meio de uma amostragem consecutiva e por conveniência. Antecipadamente, este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética na Pesquisa, sob o parecer consubstanciado 121.028 e CAAE 07614812.6.0000.5537. A coleta foi realizada por duas enfermeiras e seis estudantes de graduação em enfermagem devidamente treinados e previamente avaliados, e ocorreu entre os meses de junho e setembro de 2013. Para tanto, utilizou-se instrumentos de anamnese e exame físico, escala de Tinetti, o Mini Mental State Examination e a escala da Nursing Outcomes Classification para avaliação do Comportamento de Prevenção de Quedas. Na análise estatística, utilizou-se os testes de Qui-quadrado, teste U de Mann-Whitney e o Coeficiente de Correlação de Pearson e considerou-se uma significância de 0,05. Conforme verificado, a fadiga (p=0,026) e uso de anticoagulantes (p=0,051) apresentaram associação com a queda nos últimos seis meses. As variáveis Hipertensão Arterial Sistêmica (0,027), deambular com ajuda (p=0,00), limitação para andar (p=0,00), limitação para tomar banho (p=0,005) e limitação para subir escada (p=0,04) apresentaram significância para o desfecho dificuldade para andar. Além desses, a dor (p=0,057), mobilidade prejudicada (p=0,00), marcha segundo Tinetti (0,04) e uso de insulina (p=0,03) também se mostraram significantes para esse desfecho. Quanto ao Comportamento de Prevenção de Quedas, conforme observado, os indicadores solicita auxílio físico para si (p=0,016), controla inquietação (p=0,001) e utiliza ações seguras durante a transferência (p=0,03) apresentaram associação com o risco de queda. Observou-se correlação forte entre marcha e equilíbrio de acordo com a escala de Tinetti (0,874) e correlação moderada entre a marcha a avaliação total do risco de quedas de Tinetti (0,806). Portanto, torna-se fundamental que a equipe de enfermagem e demais profissionais de saúde estejam atentos aos fatores de risco, em especial, aos descritos neste estudo, bem como às medidas de segurança e ao incentivo para a promoção de um comportamento seguro por parte dos pacientes. Este estudo possui cunho descritivo, sem possibilidade de constituir relação causa-efeito. Por isto, recomenda-se pesquisas longitudinais sobre o risco de quedas em idosos com intuito de estabelecer associação dos fatores de risco preditivos para o seu desenvolvimento. Percebe-se ainda a necessidade de sintetizar, comparar e implementar ações preventivas, baseadas em fortes evidências científicas para proporcionar aos idosos uma hospitalização efetivamente segura e livre de incidentes.