Carthamus tinctorius L. : ARMAZENAMENTO DE SEMENTES, VIABILIDADE DO ÓLEO PARA BIODIESEL E DA TORTA PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL
Cártamo, Sementes oleaginosas, Biodiesel, Armazenamento, Perfil lipídico, Coproduto, Torta.
A crise ambiental que se vivencia hoje tem influenciado uma mudança de paradigmas no desenvolvimento humano. Nesse contexto, uma das principais temáticas é a substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis, como o biodiesel (combustível proveniente da biomassa). Uma potencial oleaginosa a ser utilizada como matriz para produção de biodiesel é Carthamus tinctorius L. (cártamo). Assim, os objetivos desse trabalho foram: investigar a qualidade morfofisiológica e reserva oleífera das sementes de cártamo submetidas a diferentes períodos de armazenamento em duas embalagens (garrafa “pet” e sacos de polietileno), e em temperatura natural; e ainda, avaliar a composição bromatológica do resíduo da extração (torta) para alimentação animal. As sementes de cártamo foram armazenadas em saco de polietileno e garrafa “pet” transparente. As análises anatômicas e histológicas, os testes de condutividade elétrica, teor de umidade e porcentagem de germinação foram realizados no início do experimento (0 meses) e a cada 30 dias, por seis meses. Não houve diferenças anatômicas e histológicas nas sementes de C. tinctorius armazenadas nas duas embalagens e nos meses de experimento. De modo geral, as sementes armazenadas em garrafa “pet” apresentaram maior qualidade fisiológica do que as armazenadas em saco de polietileno. Para as análises químicas realizou-se a extração do óleo das sementes de cártamo com n-hexano, que foi analisado em Cromatografia de Camada Delgada e espectrômetro de UV-visível. Além disso, foi feito uma avaliação da composição nutricional do resíduo dessa extração. O rendimento obtido de óleo de cártamo foi condizente com a literatura. Esse óleo apresentou um perfil graxo bastante interessante para produção de biodiesel. A torta de cártamo (resíduo) possui características nutricionais que a qualifica como potencial fonte de proteína em dieta animal. Conclui-se que Carthamus tinctorius L. possui características que favorecem sua utilização para as funções associadas de produção de biodiesel (armazenamento, cultivo e extração de óleo) e suplementação na dieta animal.