CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA NA PERSPECTIVA DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO: uma abordagem em rede ou caminhos desviados?
Enfermeiras e enfermeiros; Prática profissional; Violência; Criança; Adolescente.
Crianças e adolescentes compreendem grupos vulneráveis, o que os tornam alvo de variados tipos de violências (autoprovocada, interpessoal e coletiva) e de natureza diversa (física, psicológica, sexual, negligência/abandono). Os enfermeiros se deparam com tais situações cotidianamente em serviços de saúde inseridos nos três níveis de complexidade de assistência. Objetiva-se analisar o manejo e a abordagem a crianças e adolescentes em situação de violência pelo enfermeiro(a) nos três níveis de atenção à saúde. Trata-se de um estudo exploratório de natureza qualitativa, a ser realizado no município de Campina Grande, Paraíba, em serviços de saúde de atenção primária, secundária e terciária que assistem a crianças e adolescentes em situação de violência. A amostra do estudo será composta por enfermeiros que atuam nos três níveis de atenção à saúde: na atenção primária, os enfermeiros atuantes na Estratégia Saúde da Família; na atenção secundária, os enfermeiros que atuam no Hospital Municipal da Criança e do Adolescente nos setores de acolhimento, sala vermelha e enfermaria pediátrica; na atenção terciária, os enfermeiros do acolhimento, sala vermelha, observação pediátrica, enfermaria pediátrica e uti pediátrica do Hospital de Trauma de Campina Grande. A coleta de dados ocorrerá por meio de formulário sociodemográfico e entrevistas individuais semiestruturadas gravadas e transcritas. Os dados coletados serão analisados pelo software Iramuteq por meio da Classificação Hierárquica Descendente, Análise de Similitude e Nuvem de palavras. Este estudo foi aprovado ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte pelo CAEE: 80006417.2.0000.5537 e seguiu a Resolução n° 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados parciais revelam que a abordagem do enfermeiro no serviço de saúde de alta complexidade a vítimas encontra-se direcionada aos aspectos assistenciais diretos com foco nas ações de acolher e inspecionar a vítima; bem como, acionar e encaminhar, especialmente, ao serviço social e a psicologia como mecanismo de apoio a abordagem às vítimas de violências.