Caracterização Genética e Filogenia do HIV-1 no Rio Grande do Norte
HIV, Mutação de resistência, Rio Grande do Norte, Filogenia.
A infecção pelo HIV é a causa da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mundialmente conhecida pela sigla AIDS (Acquired Immunodeficienty Syndrome), desde os primeiros relatos da doença na década de 1980 até os dias atuais o vírus ceifou aproximadamente 35 milhões de vidas sendo considerada uma das piores pandemias já registrada na espécie humana. O HIV é um vírus RNA pertencente a família Retroviridae, subfamília Orthoretrovirinae do gênero dos Lentivirus. Apesar de existirem duas espécies de HIV, somente o HIV-1 apresenta distribuição pandêmica. Filogeneticamente o vírus divide-se em diversos grupos, subtipos, subsubtipos, CRF’s e URF’s. Com o advento da terapia antirretroviral altamente ativa (HAART) a infecção pelo HIV passa a ser considerada de caráter crônica, o indivíduo bem tratado passa a não desenvolver AIDS acarretando melhora na qualidade de vida, aumento da sobrevida e a possibilidade de não transmissibilidade. Todavia o aumento da resistência aos antirretrovirais, principalmente devido à má aderência ao tratamento, poderá prejudicar os avanços globais realizados até hoje no combate ao HIV. O objetivo deste estudo foi a realização da caracterização genética e filogenia do HIV-1 circulante no Estado do Rio Grande do Norte no período de janeiro à outubro de 2018. Um total de 5 amostras atenderam satisfatoriamente os critérios estabelecidos na pesquisa, a realização da filogenia por meio do sequenciamento da região da protease e transcriptase reversa do gene Pol apontou predomínio do HIV1-B circulante com um paciente apresentando o subtipo F1, a análise do sequenciamento genético dos vírus apontou a presença de diversas mutações de resistência tanto transmitida como adquirida além de mutações acessórias, apenas em 1 não foram evidenciadas mutações de importância clínica. Em conclusão, esse estudo revelou um predomínio do HIV-1 subtipo B circulante e o perfil de mutações revelou que os antirretrovirais mais prejudicados foram os inibidores da transcriptase reversa. As informações são fundamentais para redirecionamento adequado de resgate terapêutico destes pacientes e rastreio epidemiológico molecular de linhagens circulantes.