NO CALEIDOSCÓPIO O ESTRESSE DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DA UTI DO HUOL
Enfermagem, Estresse, Unidades de Terapia Intensiva.
O presente estudo teve como objetivo analisar o estresse na equipe de enfermagem da terapia intensiva do Hospital Universitário Onofre Lopes. A população analisada foi constituída por trinta e oito (38) profissionais de enfermagem, entre técnicos de enfermagem e enfermeiros que atuam na UTI do referido hospital. Os dados foram coletados no período de setembro a novembro de 2011 em duas etapas distintas. A primeira, a aplicação do inventário de sinais e sintomas do estresse de Lipp (ISSL), permitiu a mensuração da fase do estresse em que cada membro da equipe se encontrava. Após isso, os dados foram tabulados em planilhas do Microsoft Excel 2010 e analisados conforme as diretrizes do inventário propostas por Lipp, 2000. Seguido essa análise, foi possível realizar a segunda etapa da pesquisa, sendo esta constituída por uma entrevista semiestruturada destinada àqueles trabalhadores que se encontravam na segunda fase do estresse, a de resistência. A análise das entrevistas foi baseada na proposta de análise do conteúdo de Bardin2004, a qual permite a criação de categorias a partir do agrupamento de ideias presentes nas falas dos entrevistados. Como resultado, obteve-se que a população estudada é de maioria feminina (78,9%), na faixa etária entre 30 e 39 anos (50%),casadas (52,3%) e com duplo vínculo empregatício (65,7%). A fase de maior predominância, segundo o inventário de Lipp, foi a de resistência ao estresse, presente em 44,7% da equipe e tendo com sintoma físico de maior predominância a sensação de desgaste físico constante, percebido em 16,8% dos participantes, e o psicológico, a irritabilidade excessiva e a sensibilidade emotiva de escores iguais a 26,3%. Quanto aos dados qualitativos, foi possível delinear três categorias e quatro subcategorias, sendo as seguintes categorias: a organização do cuidado na terapia intensiva; o excesso de trabalho dos profissionais de enfermagem e o relacionamento interpessoal da equipe de enfermagem na UTI. E como subcategorias: a organização do trabalho como fonte de pressões e cobranças; o trabalho noturno e suas consequências para a saúde desses profissionais; o corpo traduzindo os sinais e sintomas do estresse; e a comunicação deficitária entre os membros dessa equipe de trabalho. Assim, a concretização desse estudo permitiu visualizar o fenômeno do estresse na equipe de enfermagem do HUOL como um caleidoscópio de reflexões, sensações e experiências percebidas por esses profissionais em diferentes áreas de sua vida. Constatou-se, ainda, que o fortalecimento da temática estresse dos profissionais de enfermagem precisa ser instrumentalizada e estimulada em diversos espaços de discussão da enfermagem para que esses trabalhadores sejam incitados a cuidar melhor de si para, assim, cuidar da saúde do outro.