Percepção de homens/companheiros acerca da sua presença no nascimento do filho.
Enfermagem obstétrica; Humanização da assistência; Parto humanizado.
Diante do reconhecimento da importância do acompanhante no parto, o estudo teve como objetivo analisar a percepção de homens quanto à sua presença na sala de parto durante o nascimento de seu filho. Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratório e descritivo de natureza qualitativa. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob protocolo de nº 041/11. A coleta dos dados foi realizada no Hospital Universitário Ana Bezerra em Santa Cruz/RN, Brasil. Participaram da pesquisa homens/companheiros que estiveram presente na sala de parto no momento do nascimento do filho. A coleta de dados ocorreu entre os meses de junho a agosto de 2011, por meio de entrevista semiestruturada, após aquiescência da direção da instituição e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos entrevistados. Os depoimentos foram tratados de acordo com a análise de conteúdo segundo Bardin. Por meio da leitura exaustiva dos depoimentos foram identificadas as unidades de registro que passando por um processo de codificação e categorização deram origem a três categorias temáticas e seis subcategorias: importância da presença do homem na sala de parto; considerações do homem acerca do processo parturitivo e conhecimentos do homem relativos ao trabalho de parto e nascimento. A análise dos resultados teve como base os princípios do interacionismo simbólico segundo Blumer. Os resultados apontam que a unanimidade dos participantes expressou a importância do homem estar presente em sala de parto e acompanhar o nascimento de seu filho, com isso, recomendaram a presença de outros homens durante o processo da parturição de suas respectivas companheiras. Os depoentes afirmaram que a sua presença na sala de parto os levou a ter uma nova visão sobre a mulher. Ao acompanhá-la durante o trabalho de parto e parto os depoentes compreenderam esses períodos como algo que conduz a companheira a sofrimento físico e por envolver-se com a parturição passaram também a sentir os desconfortos oriundos do trabalho de parto. Portanto, em uma abordagem interacionista os entrevistados perceberam a sua presença na sala de parto como momento importante para a mulher, criança e para ele próprio. Mediante os resultados se faz necessário valorizar a presença do companheiro no contexto parturitivo, pois é o acompanhante ideal para a parturiente, visto que a sua presença em sala de parto garante o estabelecimento da interação com a mulher no momento em que ela mais precisa de apoio e de cuidados.