Histórial oral de vida de pacientes transplantados renais: novos caminhos a trilhar
História oral de vida; enfermagem; transplante renal.
As possibilidades terapêuticas para a Insuficiência Renal Crônica (IRC) estão intimamente relacionadas à condição biológica e social, e nesta perspectiva o transplante renal é considerado a melhor opção, por proporcionar melhor qualidade de vida. Este estudo objetivou apreender, por meio do resgate da história oral de vida dos pacientes transplantados renais, as experiências vivenciadas desde o diagnóstico da doença renal à convivência com a atual modalidade terapêutica. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, exploratório-descritivo, tendo a história oral de vida como técnica e referencial metodológico. A colônia foi formada com os dez primeiros pacientes transplantados renais do Rio Grande do Norte, atendidos no ambulatório da Nefrologia no Hospital Universitário Onofre Lopes-UFRN, localizado na cidade de Natal-RN. A rede foi composta por colaboradores de ambos os sexos, na faixa etária entre 21 e 56 anos de idade, submetidos há mais de um ano ao transplante renal e que, em alguns casos, juntamente de seus familiares, aceitaram voluntariamente participar do estudo. Foi excluído o primeiro colaborador entrevistado por este não desejar participar mais do estudo. Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFRN, realizamos a coleta de dados, por meio de uma entrevista semi-estruturada, gravada individualmente, em ambiente escolhido pelos colaboradores. Realizamos a transcrição das entrevistas e posteriormente retornamos aos entrevistados para que os mesmos fizessem a conferência, o que nos possibilitou realizar a transcriação, após leituras consecutivas. Analisamos os relatos por meio da análise de conteúdo de Bardin. Norteando a análise dos relatos dos colaboradores, encontramos três eixos temáticos: Impacto nas relações sociais, Impacto na condição social e Comportamento frente a doença e tratamento. Concluímos neste estudo que a perda da função renal repercutiu drasticamente na vida dos colaboradores, mas que a aceitação da condição patológica emergiu, principalmente pelo apoio da família e na crença em Deus. O transplante renal foi visto como a oportunidade para uma nova vida, porém, para que alcancem uma melhoria na qualidade de vida, outras questões devem ser otimizadas, como a garantia de direitos constitucionais, o resgate da cidadania e a oferta de maior apoio dos profissionais da saúde, família e sociedade para o enfrentamento dos problemas gerados pela doença renal crônica e seus tratamentos.