Violência contra a mulher: estudo de caso em uma instituição de ensino.
Violência contra a mulher; Trabalhadores; Enfermagem
Pesquisa do tipo estudo de caso, com abordagem quantitativa e dados prospectivos, desenvolvido entre dezembro de 2010 a fevereiro de 2011, com o objetivo de identificar o perfil das mulheres participantes do estudo; caracterizar os atos de violência ocorridos quanto ao tipo, frequência, local de ocorrência e agressor; analisar as medidas adotadas após a ocorrência dos atos de violência e as principais conseqüências nas vítimas. A população constou de 285 trabalhadoras de uma instituição de ensino superior do Rio Grande do Norte. Os resultados mostraram que 99 (34,74%) têm entre 51 a 60 anos de idade, 78 (27,37%) de 41 a 50 e 62 (21,75%) entre 20 e 30 anos; consideram-se de cor branca, 162 (56,84%); Têm ensino superior completo, 171 (60,00%) e destas 97 (56,73%) afirmaram possuir alguma pós-graduação; são casadas, 141 (49,47%) e possuem de zero a um filho, 148 (51,93%); residem na Zona Sul do município de Natal, 146 (51,23%); possuem uma renda mensal de três a cinco salários mínimos, 171 (60,00%) e são em sua maioria Técnicos nas Ciências Administrativas 152 (53,33%); 77 (27,02%) afirmaram ter sofrido violência; 60 (62,50%) episódios de agressão verbais, 26 (27,08%) de assédio moral, 05 (5,21%) de agressão física e 05 (5,21%) assédio sexual; 05 (100,00%) agressões físicas foram produzidas pelo esposo ou companheiro das vítimas, e os colegas de trabalho se outra profissão foram os responsáveis por 18 (30,00%) agressões verbal, 15 (57,69%) assédios moral e 03 (60,00%) assédios sexuais; 02 (40,00%) das vítimas de agressão física e 18 (30,00%) de agressão verbal sofreram violência apenas uma vez; 10 (38,46%) de assédio moral e 02 (40,00%) de assédio sexual vivenciaram quatro vezes ou mais; 05 (100,00%) agressões físicas ocorreram no ambiente doméstico, e o local de trabalho destacou-se com 36 (60,00%) agressões verbais, 22 (84,62%) assédios morais e 04 (80,00%) assédios sexuais; 35 (36,46%) contou para colegas de trabalho e 31 (32,29%) para familiares e amigos; em 75 (78,13%) dos casos não houve intervenção, 07 (7,29) não souberam responde se algo havia sido realizado e 14 (14,58%) informaram ter havido intervenção, destas, 09 (64,29%) foram tomadas pela chefia das vítimas; 26 (32,10%) não notificaram o fato por considerarem que não seriam tomadas providências; 62 (80,52%) sentiram estresse; 5 (1,76%) das mulheres se afastaram do trabalho após o episódio de violência, contabilizando 198 dias de absenteísmo. Chegamos a conclusão que existe um alto índice de violência contra a mulher, mesmo quando estas possuem um bom nível socioeconômico, e nesse sentido é de fundamenta importância a criação de novas propostas de controle de casos aperfeiçoamento dos profissionais de saúde, em especial o enfermeiro, para que abordem as pacientes com um olhar mais investigativo, e que, ao identificar um caso de violência, esteja instruído quanto os caminhos a serem seguidos para a notificação fornecendo simultaneamente suporte psicológico à vítima.