ENTRE O SOL E A LIBERDADE IMPERA A VIOLÊNCIA: formação de redes para a ação a partir da Estratégia Saúde da Família.
LIBERDADE, VIOLÊNCIA, Família.
A presente pesquisa se propõe colocar em discussão a formação de redes para a prevenção e tratamento da violência contra a criança no município de Mossoró/RN. Mesmo sabendo que a prevenção e o tratamento da violência ainda é um instrumento complexo para os setores que com ela trabalham, buscaremos articular conceitos e práticas do setor saúde, destacando o trabalho da equipe e em especial do enfermeiro na estratégia saúde da família, para despontar caminhos para o trabalho neste campo.
Com esse propósito esclarecemos que é consenso entre vários autores como Minayo e Souza (2003); Gomes; Deslandes; Veiga et al (2002); Arendt (2009), entre outros que discutem o tema que a violência abrange dimensões políticas, sociais, culturais e acompanha pari passu a história da humanidade, não fazendo distinção entre classe social, raça ou faixa etária. Em se tratando de faixa etária Sanchez e Minayo (2006, p.29) afirmam que “a violência contra crianças e adolescentes acompanha a trajetória da humanidade desde os tempos antigos até o presente.”
Essa trajetória da violência contra a criança se naturaliza secularmente como relacionamento social, uma vez que a maior parte das sociedades relatadas pela história é marcada pela cultura adultocêntrica, patriarcal, que crêem nos castigos físicos como instrumentos educacionais. Dessa forma estudiosos das mais diversas disciplinas, da filosofia a saúde, debatem a violência tomando por base diferentes teorias e porque não dizer, lançando olhares sob suas diversas faces. Sendo vista por alguns como um fenômeno positivo e por outros como negativo, natural ou socialmente construída a única certeza que temos é a da complexidade desse fenômeno.
Sim, afirmamos como complexo não apenas pela divisão de opiniões, mas também pelas proporções pandêmicas que os eventos violentos e suas conseqüências trazem para os grupos vitimados, destacando aqui a criança.
Para o setor saúde a violência representa um sério problema de saúde pública, haja vista os danos físicos, lesões, traumas e mortes por ela gerados. Afeta a saúde individual e coletiva das pessoas e implica a necessidade de maiores investimentos no setor, pois as vítimas, por ela acometidas, necessitam, em sua maioria, dos serviços de urgência e emergência, assistência e reabilitação