Atuação dos profissionais no atendimento as famílias nos Centros De Atenção Psicososial do Rio Grande do Norte
Família; Grupos populacionais; Serviços de Saúde Mental; Papel Profissional;
Este estudo objetivou avaliar a atuação dos profissionais no atendimento as famílias nos Centros de Atenção Psicosocial (CAPS) do Rio Grande do Norte (RN), a partir dos papéis e funções desempenhados pelos profissionais nestes serviços. Para isso, apontou-se como objetivos específicos: Descrever o perfil e as atividades desenvolvidas pelas equipes de saúde mental nos CAPS do RN; Conhecer a opinião dos profissionais das equipes de saúde mental quanto à política, às práticas e à formação em saúde mental; Verificar a adequabilidade dos papeis e funções dos profissionais que atuam nos CAPS do RN em relação ao atendimento as famílias. Trata-se de um estudo analítico, transversal, de abordagem quantitativa e qualitativa. Coletaram-se os dados por meio de questionário, em 33 CAPS do RN, entre março e outubro de 2014, após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa/UFRN, parecer nº217.808, CAAE: 10650612.8.1001.5537, em 1 de março de 2013. Adotou-se a amostra, definida através de critérios de inclusão e exclusão, compondo-se de 183 profissionais. A preparação do banco de dados seguiu dois passos: 1. Preparo e tratamento dos dados das questões fechadas do instrumento de pesquisa relativas à caracterização e práticas em saúde mental dos sujeitos da pesquisa por meio do recurso informacional do Statistical Package for the Social Scienses (SPSS) Statistics versão 20.0; 2. Para verificar o nível de significância optou-se pela aplicação do teste Qui-quadrado e o Kruskal Wallis Test. Preparo e tratamento do corpus formado pelas respostas às questões abertas relativas às políticas, práticas e formação na psiquiatria por meio do software Analyse Lexicale par Contexte d’un Ensemble de Segments de Texte (ALCESTE) e categorizados conjuntamente pela técnica de Análise de Conteúdo. A análise de dados apoia-se na literatura pertinente. Explicitaram-se os resultados através de três artigos que enceram os seguintes resultados: O primeiro artigo, perfil dos participantes, caracterizou-se por predominância do sexo feminino (76,5%), na faixa etária de 40 a 58 anos (61,7%). Trabalham entre 30 e 40 horas semanais (63,5%), com atuação na saúde mental há mais de 10 anos (98,4%). A amostra estudada direciona o atendimento a grupos familiares (65,7%), predominando o atendimento em equipe entre os assistentes sociais, enfermeiros, psicólogos e terapeutas ocupacionais. O médico realiza os atendimentos sem interação com a equipe (48,6%). Sobre as dificuldades encontradas nos serviços ordenam-se em: materiais e insumos (75,1%), financeiras (78,5%) e estruturais (66,9%). O segundo artigo encerra dados qualitativos organizados em cinco categorias: Promoção da reabilitação dos usuários dos CAPS; Necessidades de capacitações; Conflitos e satisfações do trabalho em equipe; Práticas desenvolvidas nos CAPS; Dificuldades de efetivação da Política de Saúde Mental. O terceiro artigo evidencia a inadequabilidade do atendimento destinado as famílias (93,4%) e comparando-se os atendimentos as famílias e aos grupos nos CAPS os dois tipos mostram-se inadequados: família (92,63%), grupos (92,60%). Os principais dados obtidos revelam a necessidade urgente de transformação na atenção psicossocial. Evidencia-se ainda, a importância de investimentos em insumos, estrutura física e na capacitação de recursos humanos para os CAPS.