Influência das características sociodemográficas, assistenciais e clínicas na Autoestima de pessoas com úlcera venosa
Úlcera Varicosa, Qualidade de vida, Assistência à Saúde e Enfermagem.
A úlcera venosa (UV) é uma lesão crônica dos membros inferiores e devido a alta incidência e recorrência essa lesão ocasiona tratamentos longos e complexos produzindo consequências ao paciente, pois afeta-o biopsicosocialmente e ocasiona baixa autoestima (AE). Dessa forma, este estudo objetiva verificar a autoestima e a influência das características sociodemográficas, assistenciais e clínicas na autoestima das pessoas com UV. Estudo analítico, transversal com abordagem quantitativa realizado em 13 Unidades de Saúde da Família e 2 Unidades Mistas de Natal/RN. A população alvo foram 44 pessoas com UV atendidas nas unidades. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), CAAE: 07556312.0.0000.5537. A coleta de dados foi em Abril/2014 e utilizou-se dois instrumentos: um formulário estruturado abrangendo as variáveis sociodemográficas, assistenciais e clínicas e a Escala de Autoestima de Rosenberg. Os dados coletados foram inseridos num banco de dados e processados por um software informatizado para análises descritiva e inferencial. Os resultados mostraram predominância de pessoas com UV do sexo feminino (65,9%), com mais de 60 anos (59,1%), casados ou em união estável (52,3%), baixa escolaridade (86,4%), sem ocupação (68,2%) e com renda inferior a um salário mínimo (81,8%). Nas características assistenciais a maioria apresentavam adequados materiais utilizados no curativo (72,7%), quem realizava o curativo era um profissional ou cuidador treinado (61,4%), não faziam uso de terapia compressiva (81,8%), o tempo de tratamento da lesão maior ou igual a seis meses (77,3%), sem orientações para o uso de terapia compressiva, elevação de MMII e exercícios regulares (77,3%), com nenhuma consulta ao angiologista no último ano (52,3%). E os aspectos da clínica sobressaiu com número maior igual a uma recidiva (77,3%), com mais de um ano de UV atual (52,3%), tamanho da UV média a grande (54,8%), sinais de infecção ausente (61,3%) e dor presente (79,5%). A média da autoestima foi de 9,3 (± 5,1). Ao analisar as variáveis sociodemográficas, de saúde, assistenciais e clínicas com os escores de escala de Autoestima de Rosenberg verificou-se significância estatística evidenciando que solteiro/viúvo/divorciado (p=0,01), os que não faziam uso de terapia compressiva (p= 0,04), tinha mais de seis meses de tratamento da UV (p= 0,01), apresentava UV do tamanho médio a grande (p= 0,01) e sinais de infecção (p= 0,08) apresentavam piores escores da autoestima. Conclui-se que o estado civil, uso de terapia compressiva, tempo de lesão e de tratamento, tamanho da úlcera e sinais de infecção influenciam na autoestima de pessoas com UV.