Automedicação e guarda de medicamentos por universitários das áreas da saúde e da tecnologia.
Enfermagem. Uso de medicamentos. Automedicação. Armazenagem de medicamentos. Estudantes.
O estudo teve como objetivo caracterizar nos estudantes universitáriosda área da saúde e da área tecnológica a prática da automedicação e do abastecimento doméstico de medicamentos. Trata-se de um estudo descritivo, com delineamento transversal e abordagem quantitativa, desenvolvido em uma Universidade Pública Federal do município de Natal, Rio Grande do Norte, durante os meses de agosto de 2011 a agosto de 2012. A amostra constituiu-se de 300 universitários do terceiro ano dos cursos de graduação do Centro de Ciências da Saúde e do Centro de Tecnologia, selecionados por meio de uma amostra aleatória simples. Para a análise dos dados, foi realizada a estatística descritiva e análises bivariadas aplicando o teste de Fisher e Qui-quadrado com nível adotado de significância α=5% e 10%. As variáveis que se correlacionaram com o uso da automedicação (p <0,05) foram posteriormente calculadas as razões de chance e intervalos de confiança. A prevalência dos universitários que realizaram a automedicação nos últimos 15 dias antecedentes a coleta correspondeu a 33,66% e, ao analisar cada área de conhecimento, verificou-se uma maior prevalência da automedicação nos estudantes pertencentes à área tecnológica (37,33%). A associação entre os aspectos sociodemográficos dos participantes com esta prática revelou associação significativa apenas entre as variáveis renda e automedicação (p=0,005). Os analgésicos e antipiréticos gerais (N02) se configuraram como o grupo terapêutico mais usado na automedicação (57,42%), destacando-se o acetaminofeno (28,7%), e as principais situações de saúde que motivaram esta prática relacionaram-se com a dor, principalmente as cefaleias/dores de cabeça (48,51%). Quanto à indicação dos medicamentos utilizados, a maioria dos universitários automedicou-se por conta própria. Em relação ao abastecimento domiciliar de medicamentos, a grande maioria dos participantes possuía uma farmácia caseira (88%). Ao analisar as características socioeconômicas, as variáveis “serviço médico” e “farmácia domiciliar” apresentaram associação significativa (p=0,002946). Os analgésicos e antipiréticos gerais constituíram a especialidade farmacêutica mais presente nas farmácias domiciliares, destacando-se o acetaminofeno. O principal cômodo utilizado para a armazenagem dos medicamentos foi a cozinha (36,36%), a maioria dos universitários guardava estes produtos em caixas de diferentes materiais (38,63%) e os medicamentos estocados nos domicílios da maioria dos participantes não eram de acesso fácil para crianças (75%). Esta investigação apresentou evidências que podem auxiliar significativamente futuras pesquisas, contribuindo para o conhecimento da temática e discussão sobre um importante problema de saúde pública mundial. Além de proporcionar avanços à área da enfermagem, diante da carência de estudos realizados por enfermeiros/ estudantes de enfermagem no país frente à questão.