Reúso da água produzida na fabricação de fluidos de perfuração base emulsão inversa e sua influência nas propriedades do fluido
Reúso de Água Produzida, Fluido de Perfuração, Resíduo Oleoso e Fluido Base Olefina.
A produção de petróleo tem um papel fundamental para a economia na garantia do desenvolvimento da sociedade. Entretanto, durante todas as suas etapas, dentre elas a perfuração, existem impactos ambientais que precisam ser remediados. Um dos problemas ambientais são os resíduos tóxicos que não podem ser despejados arbitrariamente no meio ambiente. Severos prejuízos podem ser causados se o tratamento não adequado for aplicado ao resíduo. Na indústria petrolífera o fluido de perfuração é importante para o desenvolvimento da perfuração. Porém, os elevados volumes de fluidos após essa etapa se tornam resíduos, assim como a água produzida é um resíduo de elevado volume, na exploração e na produção, respectivamente. Diminuir o passivo ambiental gerado na fabricação dos fluidos de perfuração, com a reutilização de água produzida na fabricação dos fluidos base olefina sintética, mostra que a indústria de petróleo pode se reinventar e trabalhar para absorver seus próprios resíduos. Com isso, evita o consumo de água limpa nas novas formulações e reduz o volume residual final. Foram formulados e testados nesse trabalho, fluidos a base de olefina, contendo entre 20-40% de água produzida sem tratamento. Inúmeros testes foram realizados tanto com a água produzida (AP) como com os fluidos de perfuração. Semelhantemente a inibição exigida na fase aquosa para esses fluidos, exigiu-se um elevado potencial de inibição do resíduo (AP), verificado através de testes realizados com argila para que a água produzida obtivesse inibição compatível com as fases aquosas já aplicadas para fluidos com olefina como fase externa. A (AP) simulou um resíduo com óleo emulsionado, ou seja, apresentando um elevado grau de dificuldade em relação ao seu tratamento, água produzida real também foi aplicada. Foram realizadas comparações entre os fluidos já usados atualmente e os preparados com as diferentes águas produzidas. Através do planejamento experimental fatorial 33 pôde-se verificar a influência do resíduo, emulsificante e viscosificante na estabilidade elétrica e nas das emulsões fabricadas. Utilizou-se, além do viscosímetro um reômetro afim de se obter resultados de maior confiabilidade. Foram realizados testes de corrosão nas águas produzidas, e nos fluidos formulados, e comparado seu potencial de corrosão em relação ao fluido base olefina atualmente utilizado. Os testes demonstraram que embora corrosiva a água produzida, não afeta o potencial de corrosão dos fluidos de perfuração, pois o resíduo encontra-se emulsionado não sendo a fase molhável ou externa do fluido. Sabendo que o fluido de perfuração deve atender as necessidades da operação de perfuração, desenvolvendo suas funções de forma satisfatória, verificou-se o efeito desse resíduo nos parâmetros reológicos e consequentemente nos parâmetros de limpeza de poço. Um software comercial foi aplicado para simular a eficiência de limpeza para um poço com características offshore, em relação a sua geometria. De acordo com a simulação do direcional, a última fase correspondente ao poço aberto tem início já no trecho horizontal de 90°. Os fluidos a base de olefina contendo a água produzida como fase aquosa revelaram corrosão semelhante e desempenho equivalente aos atualmente aplicados. Para todas as vazões estudadas, a simulação apresentou limpeza satisfatória para os seguintes critérios: altura relativa dos cascalhos abaixo de 15% e concentração de sólidos abaixo de 6%. Considerando o poço limpo e padrão de limpeza heterogênea, tornando-se uma alternativa promissora na área de fluidos.