Evolução Diagenética e Caracterização dos Reservatórios dos Arenitos Devonianos da Bacia do Rio do Peixe
Evolução Diagenética, Sequência Devoniana e Bacia do Rio do Peixe
A Bacia do Rio do Peixe corresponde a uma das principais bacias interiores do Nordeste do Brasil, onde os primeiros trabalhos posicionaram essas rochas no Cretáceo Inferior. Entretanto, um estudo mais recente (Roesner et al., 2011), mostra que essa bacia apresenta um estágio inicial pré-rifte que ocorreu no Paleozóico evidenciado por rochas devonianas possivelmente correlatas aos litotipos da Formação Jaicós e à porção inferior da Formação Itaim, ambas pertencentes à Bacia do Parnaíba. Após este estágio, sucedeu-se uma fase rifte eocretácica correlata, em parte, à porção emersa da Bacia Potiguar e à sequência rifte da Bacia do Araripe.
Tomando-se como base a identificação desse estágio paleozóico, na Bacia do Rio do Peixe, e ao fato de que os poucos trabalhos geológicos voltados para esta bacia referem-se apenas aos dados da fase rifte eocretácica e a dados de afloramento, com pouca informação sobre dados de subsuperfície, o presente estudo irá fazer uma abordagem mais detalhada dos aspectos composicionais, texturais e diagenéticos dos arenitos devonianos desta bacia, em subsuperfície, a partir da analise petrográfica de lâminas delgadas de rochas obtidas de três testemunhos de sondagem, para compreender melhor sua gênese e evolução, identificar a heterogeneidade de reservatório e aprofundar o conhecimento a respeito dos parâmetros controladores da mesma como reservatório de hidrocarbonetos.
O estudo possibilitou fazer o reconhecimento dos principais processos e constituintes diagenéticos: fraturamento precoce de grãos, albitização, sílica diagenética, overgrowth de quartzo, argila infiltrada, transformações em ilita e ilta/esmectita, precipitação de analcima, dissolução, caulinita, compactação mecânica/química, clorita, dolomita, apatita, calcita, siderita, piritas e óxido/hidróxido de ferro. E a partir do reconhecimento desses constituintes foi possível fazer uma evolução diagenética, e verificar que as rochas desta Sequência Devoniana foram submetidas aos três regimes diagenéticos propostos pela literatura: eodiagênese, mesodiagênese e telodiagênese. E em seguida, a separação de 8 petrofácies de reservatórios com os principais eventos diagenéticos atuantes nas mesmas: ARN óxido, ARN calcita, ARN clorita, ARN caulinita, ARN dolonita, PEL analcima, PEL/ARN e ARN poroso.