DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DE MATERIAL COMPÓSITO A BASE DE PENAS DE FRANGO (FIBRAS DE QUERATINA- KF) E MATRIZ DE POLIÉSTER INSATURADO
Penas de frango; queratina; resina de poliéster; compósitos; ensaio de inflamabilidade; ensaios mecânicos.
O uso de fibras naturais como reforço em compósitos apresenta uma série de vantagens: abundância, biodegradabilidade, baixo peso e regenerabilidade em relação às fibras sintéticas, justificando sua utilização. Na presente pesquisa foram desenvolvidos compósitos com penas de frango (KF), utilizando resina de poliéster não-saturado como matriz, objetivando aplicações diversas, principalmente na indústria de móveis. Atualmente, no Brasil, as penas de frango são utilizadas como parte de ração animal, porém este produto possui um baixo valor agregado. As penas são um material oco, leve e resistente. Após a lavagem com água em temperatura ambiente uma parte das penas foi tratada com 2% de NaOH. Foram fabricados dois compósitos, um com as penas tratadas e outro sem tratamento, usando o processo de molde fechado por compressão, utilizando a resina de poliéster ortofitálica e 1% de peróxido MEK (peróxido de metil etil cetona) como iniciador, adquiridos no comércio local. As amostras para os ensaios mecânicos foram cortadas a laser na placa do compósito (30 x 30cm). Os ensaios de tração e flexão de três pontos foram realizados no Laboratório de Metais e Ensaios Mecânicos - UFRN. Todas as análises estavam de acordo com as normas da ASTM. As amostras resultantes dos ensaios mecânicas foram avaliadas no MEV. Com base nas observações dos resultados nos ensaios mecânicos, (Tração 11,4 Mpa e 9,1 Mpa; Flexão 34,9 Mpa e 20,9 MPa para as amostras sem e com tratamento respectivamente) observou-se que os compósitos reforçados com as penas sem tratamento apresentaram um melhor comportamento quando foram expostos a carregamentos tanto de tração quanto de flexão. O ensaio de absorção evidenciou nos baixos valores de absorção de água, uma das características da proteína existente nas penas, a queratina, a sua capacidade de impermeabilização a água. Nas imagens do MEV foi possível verificar a estrutura da pena, as regiões de ruptura do compósito e a adesão fibra/matriz. No ensaio de inflamabilidade, observou-se que apesar das penas terem como constituinte o enxofre, inibidor natural de chama, essa propriedade foi inibida devido a associação com a resina de poliéster.