SILÊNCIO NA SALA! : Combates Narrativos contra o silenciamento de grupos periféricos através dos modelos Não Formais de ensino da Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) e de Olimpíadas Escolares Internas (OIH)
Ensino de História; Didática Histórica; Narrativa Histórica; Consciência Histórica; Silenciamento; Olimpíadas Científicas; ONHB.
O presente trabalho reflete a Didática Histórica pensando a Narrativa Tradicional do ensino e a formação identitária dos alunos frente aos silêncios e estereótipos acerca de grupos marginalizados pela historiografia. Assim, pensando nos esquecimentos da historiografia didática tradicional (masculina, branca, eurocêntrica e focada nos documentos oficiais), suas permanências no ensino, apesar dos debates e mudanças da historiografia acadêmica, elencamos o silêncio como eixo central deste projeto. Utilizaremos como referência três grupos – que apesar de suas especificidades – serão (re) pensados a partir do silenciamento que os aproxima: pensaremos o feminino, o indígena brasileiro, a afro-brasilidade e seus lugares na narrativa histórica nacional. Analisaremos esta prática narrativa a partir de conceitos teóricos como Consciência História, Experiência vicária, Decolonialidade e Identidade coletiva, de forma a tentar compreender as mudanças e permanências narrativas sobre estes grupos. Iniciaremos analisando os materiais didáticos tradicionais, utilizados em sala, buscando as estruturas que amparam as permanências ou permitem as mudanças. Percebendo a necessidade de ir além da prática da sala de aula, sairemos da análise estrita da disciplina histórica escolar. Pensando a escola como um construto múltiplo de significações e sentidos, formado por relações humanas, sociais, políticas e educacionais que dialogam, se apropriam e ressignificam as relações sociais que a cercam, assim, definimos o conceito de ―Complexo Escolar‖. Analisaremos sua historicidade, suas transformações e a estruturação que organiza as resistências aos modelos libertários de educação. Buscaremos as experiências de ensino não-formal que possam, dentro do contexto da educação digital, redefinir a relação da escola com os grupos periféricos e acolher um Produto Didático que possa atuar na construção narrativa da nossa História coletiva. Dentro do modelo de Olimpíadas do Conhecimento, nos debruçaremos sobre a Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), analisando seus métodos, sistemas e modelos, percebendo a abordagem historiográfica desta sobre os grupos periféricos. A partir destes modelos e após este trajeto praxeológico, estruturaremos, como Produto Didático, as Olimpíadas Internas de Humanidades (OIH), e a rede Baobá – um jogo didático e um sistema colaborativo de compartilhamento de materiais e atividades – ferramentas que permitam a emergência das vozes, rostos e experiências dos grupos marginalizados pela História tradicional ensinada e pela sociedade, em uma adequação do ensino ao mundo da educação da era digital. Pensando na identificação dos alunos com nossa História e memória coletiva, na pertinência e relevância da História ensinada na formação dos educandos.