Contribuições da pós-graduação stricto sensu de Psicologia para o campo das políticas sociais
pós-graduação, análise de produção científica, Psicologia e políticas sociais.
O sistema nacional de pós-graduação no Brasil remonta ao Estatuto das Universidades Brasileiras publicado na década de 1930, mas sua implementação e estruturação de modo mais efetivo se deu, sobretudo, a partir da década de 1970. Desde então, o referido sistema tem passado por transformações significativas, sendo a expansão e produtividade dos pesquisadores suas marcas mais fortes. Na Psicologia, o quadro não é diferente: os 70 programas ativos publicaram quase cinco mil artigos no triênio 2007-2009. Se não há dúvidas de que a produção de conhecimento científico da área no país tem crescido, não se sabe a que, de fato, este conhecimento tem servido: sendo também uma política implementada no âmbito do Estado, que retorno a pós-graduação tem dado a uma sociedade que lhe tem feito grandes investimentos? Diante disso, questiona-se o quanto essa produção científica oriunda da pós-graduação em Psicologia tem contribuído para a compreensão do campo das políticas sociais. Para isso, a estratégia de investigação é do tipo documental, tomando como foco de análise as teses acadêmicas sobre políticas sociais defendidas no último triênio em programas de pós-graduação stricto sensu de Psicologia. Para cada tese, foram coletados dados sobre: o programa onde foi defendida a tese; o aluno-autor, o orientador e membros da banca; e caracterização teórica e temática do trabalho. A proposta de análise contempla a discussão sobre as perspectivas teóricas e temáticas em voga, as redes de trabalho estabelecidas com outros pesquisadores do sistema de pós-graduação, a articulação dos trabalhos analisados com as demandas sociais do país e as relações interdisciplinares da Psicologia presentes nas teses.