AGENTE PENITENCIÁRIO: TRABALHO NO CÁRCERE
agente penitenciário, sentenciados, características de trabalho.
Trata-se de um estudo descritivo, com delineamento de pesquisa observacional-exploratória, cujo objetivo foi caracterizar as repercussões do trabalho dos Agentes Penitenciários percebidas como negativas, fatores de risco, fatores de proteção, estratégias de enfrentamento (coping) voltadas para a ação e/ou para a emoção nas atividades laborais. Para tanto, foram realizados dois estudos empíricos: um piloto e um transversal. O estudo piloto objetivou construir um instrumento de coleta de dados. As questões foram produzidas por meio de entrevistas semidirigidas com 10 agentes penitenciários da Região Sul e 10 da Região Nordeste, as quais geraram um “corpus” documental, que passou por análise de Conteúdo (Bardin, 1977) e classificação das questões. Recontactando os mesmos presídios, seis meses mais tarde, o instrumento de coleta de dados foi utilizado no estudo transversal, onde participaram 38 agentes penitenciários da Região Sul e 27 da Região Nordeste. A análise foi obtida por meio das frequências de respostas, bem como pelo teste estatístico t para verificação das possíveis diferenças, considerando variáveis sociodemográficas. Em ambos os estudos, os participantes foram pareados quanto às atividades de vigilância, segurança e disciplina. Em relação aos resultados, das 54 questões, 36 tiveram percentuais de escolha acima de 50%, sendo que dessas, 19 foram classificadas em Fatores de Riscos, e a mais frequente decorrente da relação do trabalhador com o sentenciado. Entre os sintomas psíquicos identificados estão a ansiedade, o desânimo e os sintomas físicos que apontam para os problemas de pele e para problemas relacionados ao sono. Identificou-se ainda que, entre os riscos biológicos, o de ser contaminado por hepatite e tuberculose adquiriu mais frequência de respostas. A análise dos problemas comportamentais apontou para a diminuição do desempenho, diante de realidade de trabalho tão adversa à saúde como as apontadas. Espera-se que esse estudo possibilite o interesse de pesquisadores frente às atuais condições de trabalho, bem como o desenvolvimento de intervenções no trabalho.