Percursos de supervisão clínico-institucional no Rio Grande do Norte: o desejo, a política, a formação.
supervisão clínico-institucional; atenção psicossocial; psicanálise.
Este trabalho aborda o dispositivo da supervisão clínico-institucional, através de um processo de pesquisa que parte da experiência do pesquisador como supervisor de CAPS em um projeto da gestão estadual de saúde no RN, que selecionou, a princípio, 24 profissionais da saúde para trabalhar com SCI, divididos pelos 41 CAPS do estado. Tem como objetivo analisar as experiências de SCI na RAPS do RN em um contexto de aumento da demanda por atenção espacializada, remontando cenários da Reforma Psiquiátrica e da RAPS Potiguar, mais do que nunca fragmentada logo após uma pandemia, e recontando algumas cenas de sua constituição. Visa ainda discutir os efeitos de formação da experiência para os supervisores estreantes. O método adotado é o de uma pesquisa em psicanálise, valendo-se de diários de campo escritos pelo pesquisador e de algumas entrevistas, lidos a partir de uma posição que acolhe a temporalidade retroativa do a posteriori freudiano e a noção do tempo lógico lacaniano. Num primeiro instante, se narram angústias e interrogantes registrados nos diários de campo do pesquisador. Em um tempo segundo, um ato falho serve de fio para analisar e fiar um caminho de endereçamento de questões a entrevistas com colegas supervisores e um trabalhador mais antigo da RAPS. Ao final, (a)bordam-se possibilidades para a função da supervisão a partir dos percursos singulares dos supervisores.