A Produção da Vida nas Teias Invisíveis da Amizade: Uma Cartografia no Campo as Drogas com
Jovens Universitários
Amizade; drogas; cuidado; universidade
A tese aqui presente trata-se de uma cartografia da amizade no campo das drogas (proscritas e/ou
prescritas) com jovens universitários. Interrogando a concepção, socialmente difundida, da amizade
como “fator de risco” e as relações de amizade com ou entre pessoas que consomem drogas como
relações potencialmente perigosas – concepção endossada socialmente pela lógica proibicionista,
colonialista, reducionista e segregacionista. Nos interessamos, neste trajeto, pelas experiências de
amizade entre pessoas que consomem múltiplas drogas que visibilizam diferentes modulações de
amizade e sociabilidade, anunciando sua potência ética, estética e política para a produção da vida e
do viver através da produção de redes invisíveis de amizades que dialogam com a perspectiva ética
da redução de danos, da produção de cuidado de si e de saberes que amplificam a abertura às
diferenças e à vida em suas múltiplas formas de existência e expressividade. A partir de uma
pesquisa-intervenção cartográfica, foram realizados dispositivos grupais e entrevistas cartográficas e,
como meio de análise, utilizamos diários de bordo (individuais e coletivos), narrativas escritas e
materiais estéticos produzidos nos encontros coletivos. Tecemos as análises a partir de três fios: (I)
os impactos da colonialidade e do proibicionismo nas relações de amizade no campo das drogas e
seus entrelaces no contexto universitário; II) a produção da vida nas teias invisíveis e micropolíticas
da amizade e III) a produção de zonas autônomas de cuidado entre estudantes universitários. Por
fim, as análises aqui elaboradas nos permitem uma aproximação com a dimensão ética-política-
estética da amizade no campo das drogas, anunciando outros olhares, experiências e possibilidades
que rompem com a concepção hegemônica da amizade enquanto “fator de risco” para afirmá-la como
produtora de vida e outros mundos possíveis.